Dia Mundial da Saúde Mental: oportunidade para reflexões sobre o tema

Muitas pessoas se dedicam com afinco aos cuidados da saúde do corpo. Consultas de rotina, exames periódicos, exercícios físicos e atividades preventivas fazem parte do cotidiano desses indivíduos. Atitude louvável e que deveria ser seguida por todos, sem exceção. Mas, e quanto aos cuidados com a saúde mental? Ao que parece, ela precisa de mais atenção.

A comprovação vem em números. Estatísticas da Organização Mundial de Saúde (OMS) calculam em 450 milhões o número de pessoas no mundo que sofrem de algum tipo de distúrbio mental. Dessas, menos da metade recebe a ajuda necessária.

Com base nessa realidade, a Federação Mundial para a Saúde Mental (www.wfmh.org) criou o Dia Mundial da Saúde Mental, celebrado em 10 de outubro.

Neste dia, todos os anos, milhares de pessoas em todo o mundo participam de atividades de conscientização em seus países, como manifestos, seminários, entre outras. Estes eventos acontecem sempre em torno de um tema, especificado pela Federação Mundial para Saúde Mental. Em 2009, o tema será “Saúde Mental nos Cuidados Primários: Melhoria do Tratamento e Promoção da Saúde Mental”.

Segundo Carlos Henrique Rodrigues, psiquiatra do Hospital das Clínicas, a vida do indivíduo com transtorno mental pode ser afetada negativamente em vários aspectos – desde a familiar, profissional, financeira até a social. Isto porque, dependendo do grau de desenvolvimento da doença, a pessoa pode ficar incapacitada.

Dados da OMS revelam que das 10 principais doenças geradoras de incapacidade para a vida social, quatro são de origem mental. O alcoolismo é a quarta doença neste ranking. O transtorno bipolar o sexto colocado, a esquizofrenia nona e o transtorno obsessivo compulsivo – TOC, o décimo colocado.

Transtornos Mentais – conhecer para tratar

As doenças mentais são uma realidade cercada de muitos mitos e preconceitos que, aliados à falta de informação, dificultam e até impedem o tratamento. Entre as mais diagnosticadas estão a ansiedade generalizada, depressão, pânico, fobias, estresse pós-traumático e transtorno obsessivo-compulsivo.

“O Dia Mundial da Saúde Mental é muito importante para fomentar o debate e a desmistificação em torno das doenças mentais”, comenta Carlos Henrique. O psiquiatra reforça ainda que a atenção individual e a consulta a um especialista são os primeiros passos na busca do tratamento dessas doenças. Sintomas como distúrbios do sono, cansaço persistente, alteração do apetite e irritabilidade constante são sinais que merecem observação do paciente e a procura por atendimento médico.

Atendimento na Lapa

A Clínica de Saúde Mental, na Lapa, está sem médico psiquiatra para atender os pacientes desde o início do mês de outubro. O fato ocorreu porque o Doutor Avelino Lacerda, que atendia no local até então, completou idade limite para ser contratado por empresas ou instituições. Legalmente, teria que obrigatoriamente sair da função. Conversando com o médico sobre o transtorno para os pacientes, que ficam sem um especialista que possa atender, ficamos sabendo como está a situação. Segundo ele, há dificuldade, não só no município da Lapa, mas também em Curitiba, em se contratar médicos psiquiatras. A procura é muito grande e há poucos especializados na área. Outro agravante é a distância e os custos para o profissional ir e vir para o município.

É um problema que necessita de solução com urgência, visto que muitos pacientes, dependendo da gravidade da doença, ficam incapacitados de suas atividades diárias. 

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