“Levar os serviços de coleta e  tratamento de esgoto às comunidades não atendidas e acabar com as ligações irregulares nas áreas cobertas pela rede coletora são ações fundamentais para a proteção dos mananciais”. Quem garante é a diretora de Meio Ambiente da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar), Maria Arlete Rosa, que participou no dia 22 de março, Dia Mundial da Água, do evento Água Limpa para um Mundo Saudável, no Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento (Lactec), em Curitiba.

Na Lapa, atualmente a captação  de água é feita de três maneiras: por três poços artesianos (um com capacidade de 1.007m3 de água por dia, outro de 1.188m3 por dia, e o terceiro com 841m3 por dia); e a captação no Stingle e Peripau, sendo retiradas 841m3 de água por dia.

Segundo o gerente da Unidade Regional da Lapa, da Sanepar, Vilmar Fávaro Purga, a Lapa é uma das cidades mais bem servidas do Estado do Paraná na questão de coleta de esgoto. A extensão de rede distribuída no perímetro urbano da Lapa é 82.883 metros, o que representa 81,4% da comunidade atendida pela rede de coleta de esgoto, em se tratando de atendimento em relação ao número de ligações de água existentes.

Em relação à proteção dos mananciais na Lapa, o que a Sanepar tem feito? Inclusive em relação à porcentagem não abrangida pela rede coletora de esgoto?

Sobre a cobertura de esgoto necessária para atingir 100% do perímetro urbano, na última semana foram  aprovados recursos do PAC para cidades com menos de 50 mil habitantes. A  partir disso, a Sanepar fará um convênio com a Prefeitura Municipal, fornecendo o projeto e o material e a Prefeitura oferecendo a mão de obra, paga pela Sanepar ao término do projeto. O convênio irá abranger 5  quilômetros, para fazer as pontas necessárias da rede de esgoto.

Sem esgoto

Na Avenida Aloísio Leoni, entre a Rua Otávio José Kuss e a Rua Tancredo Neves, existem pontos sem rede de esgoto. Então é comum, durante as chuvas, o esgoto voltar pelos ralos das residências. São nesses pontos que o convênio entre Prefeitura  e Sanepar irá permitir solução. E, ainda segundo Purga, o trecho da Avenida Aloísio Leoni será contemplado pelo projeto da Sanepar.

De acordo com o gerente da Sanepar na Lapa, outro problema que causa o retorno do esgoto nas casas é  quando as calhas dos telhados estão com a ligação errada. Ao invés de soltar a água da chuva no bueiro, solta na rede coletora de esgoto. Isso  gera o refluxo, que ocorre somente quando chove.

Soluções

Segundo informações obtidas pelo Purga na Unidade de Projetos da Sanepar, em Ponta Grossa, o projeto  dos cinco quilômetros de rede contemplados pelo convênio sairá no final  do mês de março do setor de projetos e irá para a área de investimentos  em Curitiba. Depois que estiver na área de investimentos, será assinado  o convênio. “Eu acredito que ainda este ano nós começamos a executar novas redes de esgoto na Lapa”, disse.

Nos locais não contemplados com rede coletora de esgoto, mas que possuem fossa, o procedimento das pessoas antes de sair o convênio deve ser efetuar o esgotamento das mesmas, para evitar problemas.

Fiscalização

“O lançamento de esgoto na rede fluvial entra no projeto de fiscalização, que pretendemos retomar em parceria com a Prefeitura e a Fael, para que consigamos fazer todas as vistorias necessárias. Mais de 1.300 ligações já foram regularizadas.  Mas nós precisamos retomar para fazer a ligação correta na rede de esgoto e não na água de chuva”, disse. A fiscalização acontece com a autorização do proprietário, que permite que os funcionários da Sanepar entrem no imóvel e verifiquem se a ligação está correta. “Com o projeto do parque linear, da Prefeitura Municipal, nós precisamos estar sempre em parceria para que isso se torne realidade”, concluiu Purga.

Água escura

Mesmo com a limpeza da caixa d´água da Sanepar, água escura continua a vir pelas torneiras em diversas residências. Segundo o gerente da Sanepar, Vilmar Fávaro Purga,  isso acontece por alguns motivos. Nós temos hoje na Lapa, aproximadamente 134 quilômetros de rede de distribuição de água. Destes,  12 quilômetros são de rede antiga, do início do sistema, quando ainda se usava rede de ferro, que hoje estão todas obstruídas. Mas já existe projeto para substituição dessas redes.

Outro motivo, de acordo com Purga se trata de procedimentos para consertos. Quando se faz um fechamento de um setor para consertar um vazamento, a rede esvazia. Quando se reabre o sistema de manobra, ele vai fazendo uma varredura.

A Sanepar faz as descargas das  pontas das redes, mas em alguns pontos da cidade a descarga não puxa totalmente.

Essas situações geram água suja nas torneiras. E, quando isso ocorre, a população deve entrar em contato com a Sanepar para que seja solucionada a questão. Uma vantagem de avisar a Sanepar, segundo o Purga, é que o problema fica registrado e  possibilita argumentação para conseguir novos investimentos. Por isso, basta ir até a Sanepar ou então ligar para 41-3911-1300.