Valsa Devolve

Esta crônica foi feita em referência à anterior, “Valsa Devolve”, sobre a composição de Mário Lago  de 1940, interpretada pelo cantor Carlos Galhardo, e executada numa solenidade no Clube 7 de Setembro, da Lapa, há 68 anos, que me despertou  intensa curiosidade, ao ler sua história.

Graças à gentileza da Maestrina Sophia Mariano Muller, que conhecia a música dos tempos de criança, e de sua prima Elza Siqueira, pude ter acesso à partitura da Valsa. As duas sentaram ao piano e começaram a cantar e Sophia refez a partitura e me entregou.

Dias atrás estive na Rádio Legendária e, em conversa com o Diretor Artístico João Antonio Carneiro Gemin, narrei o fato da intensa curiosidade. Eis que dias após, ele me trás em minha casa a gravação original com o cantor Carlos Galhardo. Muito obrigado, João!

Me permitam o exagero! Quase me rasguei de emoção e já toquei umas 200 vezes ao violino; meu chapéu.(Quem é músico e do signo de escorpião, é assim mesmo!)

Eu fico admirado e emocionado ao ver tantos sonhos de amor feitos, desfeitos e vividos… Amores que foram um só, amores que se foram e deixaram atrás de si uma imensa saudade em seu lugar, igual uma flor be1a e perfumada, que acaricia a alma, e mãos e braços que não se cansam de tocá-la.

Um grande amor, quando se vai,  tem a mesma dimensão do tempo. E a saudade, a lembrança, a tocar o coração como urna melodia infinda de um amor perdido.

Fe1izes são os dois amores, o homem e a mulher, ardentes de paixão, que se encontraram e caminham juntos na estrada da vida e ao olharem à frente e para os lados, só vêem  flores e sentem seus perfumes. E, já distante no caminho da vida, seus braços fracos, suas faces cheias de curvas, mas cheias de suavidade, se apresentam com o olhar tão lindo quanto antes. E seus lábios cheios de ternura, emitindo versos de amor: “eu te amo como no primeiro dia em que  te encontrei”.

Uns estão felizes lá no final da vida; outros, tomados de paixão por um amor que o vento levou; lá, distante: dois sorriem, um outro pede:

“Devolve

Todos os sonhos loucos

Que eu construí aos poucos

E te ofereci

Devolve

E eu te devolvo ainda

Esta saudade infinda

Que eu tenho de ti”

Viva o amor!

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