Homenagem aos Filhos da Lapa

Na solenidade alusiva ao Dia do tropeiro, que aconteceu no dia 21 de abril, junto ao monumento do patrão do Tropeirismo Davi dos Santos Pacheco, Barão dos Campos Gerais, com a presença marcante dos tropeiros da UTL, os poetas tropeiros, Ivacir e Carlinhos, fizeram um recital recordando as páginas da história, escritas e expressas pelos antepassados. Páginas ricas de história, cultura e memória da vida tropeira.

Conheça a poesia de Carlos Gilberto Sampaio da Silva, que na introdução de seu poema diz: “Este poema retrata a vida da nossa gente, dos tropeiros que aqui passaram. Das batalhas que herdamos, não por engano, do atavismo que trago no peito e do orgulho de ser lapeano.”

Filhos da Lapa

Lá no fundo da grota, na calma do campo.

O orvalho mantém.

Na imensidão do céu, surge o tropeiro solito,

Com calma, a vida faz parte também.

Seu rancho, o cusco amigo,

As tralhas as pilchas a rédea de cedem.

Lutaram os avós, pelearam os netos,

Até nossos pais.

Ergueu-se a vila no peito e nos cascos

Hoje é cidade nos tempos atuais.

E num canto do mapa,

Orgulho de um povo, exemplo de Paz,

Faz parte da história, orgulho e glória,

Nos Campos Gerais.

São João Maria, o eremita.

Que o tempo permita, que seus benzimentos,

Salve multidões.

E as orações em verso ou em prosa,

Dos campos da Lapa,

Atinjam o Universo em forma de canções.

Do trevo das mulas.

Guardando um quartel.

Ao alto do Monge, partindo das nuvens, mais perto do céu azul.

O rio Piri-pau, ao rio Iguaçu

Rio Várzea babando.

Caminho das tropas indicando.

Mostrando as trilhas, unindo as famílias e  os povos do sul.

As bruacas traziam das missões ao continente

Sonhos, mercadorias, mesclando a nossa gente.

Lages na serra central

Paraná e sua gente cerco de bravos , resistentes.

Tropeiros, milicos, povoação geral.

Deixaram seu sangue, com honra e brio,

Resistentes heróis como tal,

Donos da terra, de um sonho, de um ideal.

Gente de raça, cidade gentil.

Os filhos da Lapa,

No peito e na faca, fizeram a União.

Demarcaram a fronteira, ergueram a bandeira, riscaram o chão.

Um ponto no mapa, a estrela surgiu.

No verde dos campos, murados de pedra.

Heróis de bronze, Panteon sossega,

A luta do sul, que orgulha o Brasil.

Carlinhos Sampaio

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