“O exemplo da Lapa” – Antigo, mas mais atual, impossível!

Na edição nº 32 da Tribuna Regional, que circulou de 10 a 16 de janeiro de 1977, é possível encontrar um texto bastante interessante, e atual, escrito por Juvenal Borges da Silveira.

“O exemplo da Lapa” conta, informalmente, como era o município àquela época. Seu desenvolvimento, as impressões que a cidade passava a quem aqui chegava. Lendo o artigo, sem se fixar em datas, é possível dizer: vivemos isso hoje! Tantos anos após a sua publicação, pouquíssima coisa mudou… Leia e analise se não é verdade:

“O visitante que há anos não vem a Lapa, como é natural, julga encontrar a mesa legendária Lapa; a mesma Lapa de gente boa e hospitaleira; a mesma Lapa de gente boa e hospitaleira; a mesma Lapa jardim humano de lindas e flagrantes flores… e nada mais…

A LAPA de hoje não é mais a pacata cidade de antanho, hoje tem vida, vibra e palpita. Não podíamos acreditar que a Lapa fosse capaz de notáveis realizações na Indústria, no comércio, na agricultura e na Administração.

É bom de ver que, quando se ouvia falar em Lapa outra coisa não se ouvia senão o batidíssimo “tradicional”, “legendária heroica” e outros adjetivos que não têm trazido nenhum bem. A Lapa de hoje não é mais a cidade que dormia embalada pelas tradições gloriosas, vivendo de um passado das páginas da história.

A Lapa de hoje não é apenas cidade de gente boa e pacata, nem a legendária da resistência heroica em defesa da república que esqueceu o sacrifício do sangue generoso do tabaréu Lapeano derramado em sua defesa.

A Lapa de hoje é um núcleo de trabalho, uma colmeia de operários e lavradores que contribuem poderosamente, unindo capital e trabalho para ereção do grande edifício nacional. É a pedra angular desse grande monumento que está indiscutivelmente baseado na agricultura.

Conhecíamos a Lapa de ontem e conhecendo a Lapa de hoje, podemos dizer: a Lapa deixou de ser pacata e tradicional, para ser operosa e dinâmica graças o dinamismo de seus de seus dirigentes que proporcionaram condições para o desenvolvimento.

A Lapa deixou de ser dos que a abandonaram para viver nos grandes centros, sem lutar por ela; para ser a Lapa daqueles que acreditaram nela e na pujança de seu solo rico e generoso. A Lapa é dos colonos de diversas procedências e nacionalidades. A Lapa é daqueles que aqui implantaram suas indústrias, seu comércio, suas raízes e lutaram por ela, por seu engrandecimento e progresso.

Vimos que a Lapa de hoje trabalha. Vimos que a Lapa é capaz de produzir para si e para abastecer o estado e o país. A Lapa progride e se impõe pelo trabalho e pela ação, pela iniciativa acertada de seus filhos e daqueles que a fizeram sua.

A Lapa cresce, expande-se, em todas as ruas nos deparamos com novas construções, tanto no centro como na periferia. Nunca se construiu tanto.

Ao presenciarmos tão confortadora realidade, realidade que mostra os efeitos de uma administração, cidades bem calçadas, novas ruas abertas, cidade florida e bem conservada, notamos que falta um pouco de coadjuvação por parte dos proprietários. As estradas do interior parte ensaibradas e conservadas para facilitar um perfeito escoamento das safras cada vez maiores e mais abundantes.

A Lapa disse ao Paraná: este é o caminho! Seguindo alcançarás a tua independência econômica! Cultiva a terra e atingirás o verdadeiro progresso, sem o que jamais marchará ombro a ombro com os seus irmãos confederados.

A Lapa atirou-se ao trabalho, mandou às urtigas os arcaicos ‘legendária’, ‘heroica’, ‘tradicional’. A lapa não mais viverá de suas tradições, mas aliada ao trabalho de seus filhos que a amam verdadeiramente.

A Lapa progride, despertou do marasmo e da inércia, hoje em suas ruas são caminhões, máquinas e tratores de trabalho que trepidam ao se dirigirem ao afaino da terra.

O exemplo da Lapa é mister seja seguido.

A Lapa tem personalidade própria e mais há de ter pelas obras magníficas que estão sendo implantadas.

Ninguém mais segura seu grande destino – Salve a Lapa 73/77. Juvenal B. da Silveira.”

 

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