Produtores lapeanos: casos de sucesso

Palmas ao empreendedor que está tão perto de nós e que busca, cada dia mais, diversificar sua produção, se desenvolvendo e desenvolvendo a economia local.

Na propriedade localizada na Colônia Municipal, na Lapa, Dona Hilda, a matriarca da família Leinecker, junto de seus filhos, produzia grãos (soja, milho, trigo…). Ali, cada qual, com suas habilidades específicas, também trabalhava o seu pedaço de terra.

Em 2012, no entanto, o jovem Wellington de Mello Leinecker, neto de Dona Hilda, até então servindo o Exército, decidiu que não queria seguir carreira militar. Queria, mesmo, era trabalhar na propriedade da família, aproveitando a mão de obra existente e a possibilidade de diversificação na produção. Assim, naquele ano, adentrou ao escritório do Instituto EMATER da Lapa e verbalizou seu interesse em produzir leite nas terras da família.

Considerando o histórico de atividades da propriedade, centrado na produção de grãos e as características dos proprietários como agricultores familiares, procedeu-se o cadastramento do Wellington como filho de agricultor familiar e emitiu-se uma DAP-Jovem (Declaração de Aptidão ao Pronaf Jovem), habilitando-o a pleitear recursos para investimentos através do Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar). O recurso foi solicitado para investimento na construção de uma sala de ordenha, através de projeto de crédito via Banco Cresol.

A motivação do jovem e o incentivo oferecido, através crédito obtido, despertou uma vontade latente na família de oportunizar a exploração conjunta da propriedade. Assim, aproveitou-se a força de trabalho de outros integrantes do clã familiar. Altevir, por exemplo, dedicava-se à lavoura, mas também à produção e uvas e de vinho. Já Waldecir possuía habilidades para construção, soldagem e mecânica.

A capacidade empreendedora da família Leinecker, assim como a de milhões de outras famílias que estão no agronegócio e em outros ramos de atividade produtiva no País, fez com que todos somassem esforços para viabilizar a atividade leiteira na propriedade.

Com garra e espírito de equipe, construíram uma sala de ordenha bem funcional; planejaram a produção de forrageiras na forma de pastos piqueteados e na forma armazenada como ensilagem; adquiriram um bom lote de novilhas de raça leiteira; distribuíram tarefas de acordo com a afinidade e interesse dos familiares e trouxeram mais um integrante da família, o Cleiton, que estava trabalhando para terceiros, de volta para a terra,  para integrar o time do leite.

Valdecir Leinecker, integrante do clã, narrou: “O meu negócio na propriedade está voltado à produção de grãos, manutenção de máquinas e equipamentos e com a parte de construção, já os cuidados com os animais ficam com meus sobrinhos e eu acredito e confio neles. Fico tranqüilo porque sei que eles estão fazendo o melhor para que a atividade leiteira seja bem conduzida na nossa propriedade”.

CAPACIDADE EMPREENDEDORA

Casos como esse se repetem diariamente nesse imenso Brasil, em que o povo tem uma capacidade empreendedora fantástica. O desafio está em oportunizar que se libere todo esse potencial latente nas pessoas.

Além disso, há questão da sucessão familiar na propriedade rural, que é um desafio. Isso ocorre na cadeia produtiva do leite também, pois trata-se de uma atividade complexa e exige conhecimento amplo em vários ramos, como sanidade, alimentação, bem-estar e manejo.

“A sucessão familiar na cadeia produtiva de leite é um desafio no Brasil e no mundo, pois os jovens estão perdendo o interesse em continuar na atividade por várias questões. Mas quando a fazenda é rentável e bem estruturada, torna-se um incentivo para esse jovem”, afirma o assessor técnico da Comissão Nacional de Pecuária de Leite da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Carlos Magno.

No caso da família Leinecker, a fagulha que desencadeou toda essa energia e potencialidade empreendedora foi o crédito do Pronaf Jovem.

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