Quem não é visto, não é lembrado (2)

Agricultores da Feira do Agricultor perderam vendas e clientes no novo espaço.

A novela da “feirinha” já se arrasta há dois anos. Por motivos que até hoje ninguém entendeu, a administração municipal vem insistindo em mudar o local da feira desde 2014, ou antes. Primeiro, antes de verificar a viabilidade do empreendimento, alugaram a casa ao lado do antigo Hospital Hipólito, colocando a biblioteca municipal no imóvel e pretendendo transformar os fundos da casa em pátio para realização da feira. Lá devido a problemas estruturais, que deveriam ser corrigidos quando da vistoria do imóvel antes do aluguel, não foi possível a instalação, e o aluguel foi perdido, tendo que ser paga a quebra de contrato, além das poucas benfeitorias lá realizadas. Até a biblioteca teve sua mudança realizada às pressas devido a esses mesmos problemas.

Depois do fiasco da primeira empreitada, a prefeitura resolveu alugar por dois mil reais ao mês o terreno particular na esquina da rua 7 de Setembro com a Rua Coronel Francisco Cunha. Construíram um pequeno barracão, fizeram terraplanagem e cobriram com pedrisco. Só esse serviço demorou seis meses.

A transferência da Feira do Produtor para o terreno particular ao lado do Theatro São João não está colaborando com os feirantes. Não querendo se identificar, para evitar perseguições, muitos deles comentaram que tem levado praticamente todo o seu produto de volta para suas propriedades.

Desde o dia 18 de junho, quando a Prefeitura Municipal transferiu os feirantes para o novo endereço, a queda nas vendas foi acentuada. Falta de estacionamento, pouquíssima visibilidade e local de difícil acesso estão atrapalhando a vida daqueles que dependem deste trabalho para garantir o pão de cada dia.

A história de que o Iphan estaria questionando a realização da feira na Alameda David Carneiro não procede, visto que em muitas cidades com centros históricos tombados existem as feirinhas de rua e funcionam muito bem. Só prá citar dois exemplos próximos à Lapa, citamos o Centro Histórico de Curitiba, com a Feirinha do Largo da Ordem e, com o tamanho mais próximo à nossa realidade, a cidade de Morretes, com suas casas tombadas e uma feira de rua muito profícua.

Se essa mudança ocorreu para “economizar” o dinheiro que os feirantes gastavam na montagem e desmontagem das barracas na Alameda, não seria mais barato subsidiar este serviço, ou colocar os funcionários municipais montando e desmontando?  E os empregos gerados com esse trabalho de desmontagem, como ficaram?

Qual seria o real motivo da insistência da Administração Municipal na mudança da Feira do Produtor? Foi feita pesquisa de opinião com os clientes para garantir e ampliar as vendas?

Até agora nem feirantes e nem clientes entenderam. Continuamos a achar que tem mais caroço nesse angu.

 

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