Congada da Lapa volta aos palcos

Congada da Lapa abrilhantou evento em comemoração ao mês da Consciência Negra, em Curitiba.

Depois de grande período longe de apresentações, Congada da Lapa volta às atividades culturais e artísticas.

Em comemoração ao mês da Consciência Negra, a Secretaria de Cultura do Paraná promoveu no mês de novembro diversas atividades. Esse ano o tema estava voltado para a superação do Racismo Institucional e as atividades ocorreram de 20 a 25 de novembro no Museu Paranaense, em Curitiba. Ocorreram várias apresentações artísticas, seminários, oficinas, debates e palestras visando contribuir com a valorização da Cultura Afrodescendente, a partir de sua história, de seu protagonismo, de seus valores e expressões culturais.
No domingo, 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, os jardins do Museu Paranaense receberam muitas apresentações, sendo que a mais aguardada de todas foi a Congada da Lapa. Após um longo período sem apresentações o grupo lapeano voltou às atividades a todo o vapor. Foi convidado a participar do evento promovido pelo Governo do Estado e não mediu esforços para realizar uma belíssima apresentação, tendo como público argentinos, paraguaios, lideranças de várias culturas africanas e personalidades politicas. A Congada da Lapa foi muito bem recepcionada na abertura da programação, debaixo de um calor imenso, ao meio-dia, levando muita alegria e emoção ao público, recebendo muitos elogios e vários convites para futuras apresentações.

CONGADA DA LAPA
A Congada da Lapa é uma manifestação cultural típica do Paraná e está relacionada ao culto a São Benedito, patrono espiritual da comunidade negra lapeana. É um misto de festa religiosa, cívica e profana. Religiosa porque de fato é uma homenagem a São Benedito, realizada no ciclo natalino, na qual só é permitida a atuação de devotos e realizada com o consentimento do padre. Cívica porque prevê na sua estrutura dramática a resolução de um imbróglio diplomático entre dois reinados africanos. Profana porque é realizada fora da igreja, permeada por lutas coreográficas, cantos, declamações e músicas percussivas.

O enredo de uma Congada dá conta de um mal entendido entre o Rei do Congo e a embaixada que representa a rainha Ginga de Angola a respeito da primazia sobre a homenagem a São Benedito. Na versão de Seu Miguel, integrante da Congada da Lapa, trata-se de um mal entendido relacionado á uma disputa pelo amor da rainha entre o embaixador e o Rei.

O grupo está motivado a dar continuidade às atividades. Para o público em geral, uma grande novidade: após a apresentação do dia 20 os integrantes se reuniram e o grupo passou a se chamar Congada Ferreira.

A Congada está ensaiando todos os domingos, a partir das 14h30, no Centro da Juventude. E no dia 26 de dezembro, dia de São Benedito, o grupo fará uma apresentação às 17h no Santuário. Em seguida, às 18h, a Congada irá participar da procissão de São Benedito.
“A nova geração não quer deixar a Congada morrer, temos que lutar e continuar firmes para que nossa cultura continue sólida. Estamos empenhados a prosseguir e elevar cada vez mais os laços culturais”, diz Evanilson Ferreira, representante da nova geração da Congada.

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