Propriedade rural tem que ser vista como empresa, diz cooperada

Além do leite, cooperada desenvolve outras atividades no campo.

A cooperada da Cooperativa Agroindustrial Bom Jesus Marilene Sitneck mora em Faxinal, interior de Paula Freitas. Uma das atividades desenvolvidas na propriedade é o leite, onde a produção gira em torno de 70 litros por dia de três animais ordenhados. Em janeiro serão 12 animais produzindo numa área de dois alqueires. A alimentação do rebanho é com pastagens na forma de piqueteamento, ração, silagem e feno.

Além do leite, trabalha com tomate, repolho, abobrinha, pepino, melancia, soja, milho e erva mate. “É preciso diversificar o trabalho na propriedade. Quem é pequeno agricultor não tem grandes áreas e para continuar com o trabalho na agricultura um dos fatores importantes é a permanência no meio rural, no caso a sucessão familiar. Para os jovens ficarem no campo é necessário o apoio da família. Eu fui morar na cidade, tentei a vida por lá, mas sempre o amor a terra falou mais alto. Quando conheci meu marido resolvemos retornar ao sítio, pois sempre trabalhamos para os outros e decidimos ter a nossa própria renda mensal”, comenta Marilene.

Antes de iniciar as atividades com o leite, o casal foi se especializar no assunto, com o curso de boas práticas de produção de leite. “Por mais que saiba tudo na teoria, sempre participando de cursos de capacitação, a prática é outra história, uma realidade que não vem de contos de fada. E as pessoas que desejam ter essa vida devem aprender sobre o assunto e iniciar a leiteria com poucos animais para aprender. O lucro não é imediato, ele vem aos poucos. As pessoas querem resultados rápidos e em pouco tempo desistem dessa atividade que dá retorno a médio e longo prazo”, explica a cooperada.

Existem várias empresas rurais que buscam, cada vez mais, o planejamento para que se aprimorem os sistemas produtivos. Há fatores internos e externos da propriedade rural que, somados, promovem um bom resultado final. Os fatores internos podem ser melhores controlados e avaliados pelo produtor para se iniciar o planejamento dentro de uma propriedade. “O produtor tem que enxergar a propriedade como uma empresa e tem que gostar do que faz. Em primeiro lugar, deve ser feita uma avaliação de toda a propriedade rural, do que podemos tirar proveito de área. Após fazermos um levantamento da organização da nossa propriedade rural, ou seja, de que maneira nós deveríamos programar as atividades para dar conta de produzir o que queríamos além do leite, também criamos os controles de gasto e de produtividade. Hoje trabalho para mim e jamais trocaria esse trabalho por outro, por serviço em escritório ou coisa parecida”, finaliza a cooperada.

SEGUNDO MAIOR DO PAÍS
O Paraná já é o segundo maior produtor de leite do País, ultrapassando o Rio Grande do Sul, que ocupava essa posição até 2014. A informação é do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que divulgou em setembro o ranking da produção nacional de leite, por estado, relativo ao ano de 2015.

Segundo o levantamento do IBGE, o Paraná produziu 4,66 bilhões de litros de leite, 60 milhões de litros a mais que o estado vizinho que produziu 4,59 bilhões de litros de leite. O maior estado produtor brasileiro continua sendo Minas Gerais, com uma produção de 9,14 bilhões de litros de leite por ano.

O Secretário de Estado da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, lembra que o Paraná vem investindo nos últimos anos para fortalecer a cadeia produtiva do leite. Segundo ele, “com estes números o Estado se consolida como o maior produtor da região Sul do País, que tem uma produção, somando os três Estados, de 12,32 bilhões de litros por ano”. O Paraná participa da Aliança Láctea do Sul, que visa consolidar a cadeia produtiva, com produtos de qualidade e que tem como objetivo a exportação.

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