Descaso de autoridades marca passeata por justiça a Valdeliz

Grupo de cerca de 100 pessoas foi até Joinville pedir mais afinco nas investigações do caso da morte da bancária, ocorrido em 2016. Apesar de aviso a autoridades sobre o ato, encontraram as portas das delegacias fechadas.

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Familiares e amigos da bancária Valdeliz Alberti Baumel, 52 anos, assassinada na frente do neto de seis anos, em abril do ano passado, fizeram uma manifestação na manhã de sábado, 1º de abril, para chamar a atenção das autoridades policiais e do judiciário, para que agilizem a investigação do caso. Um ônibus cheio e pouco mais de 10 carros, reunindo aproximadamente 100 pessoas, saíram às 7h da Lapa e foram em direção à delegacia de Pirabeiraba, distrito de Joinville (SC), cidade onde ela foi assassinada.

O ato foi organizado no intuito de mobilizar a sociedade, a imprensa e, principalmente, o poder público, em favor da solução do crime.

Depois de sair da Lapa e de Contenda, o grupo pegou a rodovia em direção à Santa Catarina. Primeiro, pararam em frente ao prédio onde a bancária residia e foi executada. Depois, descobriram, frustrados, que as delegacias de Joinville fecham aos finais de semana. Na Delegacia da Polícia Civil, localizada em Pirabeiraba, um anúncio na porta informava que o plantão estava ocorrendo na Delegacia de Homicídios, no bairro Floresta, zona Sul de Joinville. De carro e no ônibus fretado para a viagem, eles foram até a delegacia para encontrar apenas uma pessoa trabalhando. Lá, ouviram que precisariam ir até a Central de Polícia para conversar com algum delegado.

“Havíamos entrado em contato com o Conselho de Segurança e avisado que viríamos, mas ninguém se importou em nos receber. Falando como uma pessoa que não é cidadã de Pirabeiraba, as pessoas de Joinville estão lidando com total descaso do Governo Estadual se uma cidade deste tamanho não tem efetivo para atender em outros lugares, apenas no centro da cidade”, lamenta a sobrinha de Valdeliz, Daniely Baumel.

Ao final, ficou nos participantes o sentimento de indignação com o fato de não terem sido recebidos por nenhuma autoridade da cidade. Os organizadores reiteraram que o ato de protesto foi organizado e informado a todos os responsáveis, assim como para a imprensa, com absoluta antecedência.

FALTA DE PROVAS
Familiares da vítima explicaram que o inquérito foi concluído pela Delegacia de Pirabeiraba (que é um distrito de Joinville), apontando o ex-genro de Valdeliz como suspeito do crime. Ela, inclusive, já tinha feito um boletim de ocorrência contra ele, semanas antes do crime. O Ministério Público recebeu o inquérito, mas não ofereceu denúncia contra o suspeito alegando insuficiência de provas. Assim, devolveu o inquérito à polícia, pedindo que as investigações sejam reabertas e aprofundadas.

Apontado como suspeito, o genro de Valdeliz deu entrevista a um jornal de Araucária, onde reside e trabalha, alegando que não tem nada a ver com o homicídio. Ele disse que tem provas de que estava em Araucária e não saiu de lá, no dia do crime.

Segundo a família, não se sabe exatamente o conteúdo do inquérito. Apesar de todo crime de homicídio ser considerado de conhecimento público, a Justiça decretou o sigilo no processo, por envolver o depoimento de uma criança, no caso, o neto da vítima. Por isto, a família têm dificuldades em saber os detalhes da investigação. Apenas sabe que a polícia está aguardando a Justiça decretar a quebra de sigilo telefônico do suspeito, para aprofundar as investigações contra ele.

“Esse silêncio (por causa do processo em segredo de Justiça) está matando a família. Os irmãos dela, a mãe dela, uma senhora de 80 e poucos anos, estamos todos agoniados”, relata a família.

A família preocupa-se que o caso seja esquecido sem que a justiça seja feita.

GERENTE EM ARAUCÁRIA
A família de Valdeliz é da Lapa. Mas ela, que é natural de Curitiba, residia com o marido em Contenda. Por muitos anos, ela foi gerente de uma agência do banco Itaú de Araucária, até ser transferida para a agência de Pirabeiraba, em Joinville (SC). Ela passava a semana na cidade e, nos fins de semana, voltava para Contenda, para ficar com o marido.

QUASE UM ANO
O homicídio ocorreu no dia 14 de abril no ano passado. Valdeliz saía do prédio em que morava, na Rua Olavo Bilac, em Pirabeiraba, com o neto, para levá-lo à escolinha. Segundo as investigações, em tese, o ex-genro teria abordado a bancária e mandado ela sair do carro. Em seguida, teria dado um tiro na nuca da vítima, que morreu caída atrás de seu carro. A criança de seis anos, que seria filho do suspeito, assistiu a tudo.

 

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