Maria Fumaça – uma saudade

Tchi ki tam… Tchi ki tam… Dam dam… Meu chapéu de palha, que coisa linda!!!

É, minha gente… Quem viu essa locomotiva do passado, não esquece a beleza e o encanto que a Maria Fumaça despertou na mente de quem a viu chegar e partir, ao som de sua saudosa partida – seu apito romântico, e a saudade mesmo dos momentos iniciais de suas chegadas.

Há 69 anos vim à Lapa e, já naquela época, mesmo criança, adolescente, já ia à Estação ver a chegada da Maria Fumaça e do Trem Misto. (A Estação era no perímetro urbano, hoje Rua Octavio José Kuss, ali na atual Creche Lacerda). Que coisa linda, que imagem agradável de se assistir e de recordar.

Naquela época, dezenas de pessoas iam à Estação ver a chegada do trem, onde a 200, 300 metros antes, a locomotiva apitava anunciando sua chegada e na plataforma da estação dezenas de lapeanos festejavam sua chegada com caloroso aceno e retribuição dos visitantes.

Esta cena do passado era comum e encantava quem ia os receber, como também os visitantes, com afagos mútuos que o tempo levou e que os costumes do passado deixaram como lembranças de um tempo que não volta mais.

Os seres do passado viveram e se encantavam com um som do Danúbio Azul, Vozes da Primavera, Contos dos Bosques de Viena, Valsa do Imperador, de Strauss, e tantas outras belezas de outros compositores e, materialmente, a beleza da chegada de um trem e a chegada da Maria Fumaça, ao transportar pessoas (naquela época), deixou uma saudade que toca a alma como um lindo badalar de um sino e uma melodia de saudade de quem viu a chegada e a partida de um trem.

Maria Fumaça, te vi chegar várias vezes e tive a felicidade de dentro de ti fazer uma viagem de encanto. Naquela época a alma do homem era diferente e o encontro era motivo de alegria. Ver um trem chegar dava alegria em lá ir e ver.

*Abdalla João Dardaque – Cidadão Honorário da Lapa.

Please follow and like us: