Alunas do Agrícola apresentam estudo sobre decomposição e compostagem

Colégio possui cerca de 220 alunos - volume de refeições oferecida aos estudantesd gera resíduos sólidos que tornam-se um grave problema ambiental.

De acordo com as estudantes Burna e Isabela, produto pode ser ótima solução para os inconvenientes que acontecem em compostagens caseiras. É natural, fácil de se obter, sustentável, não agride o meio ambiente e além da utilização em compostagens, pode, ainda, ser utilizado em plantas e até como produto homeopático para animais.

Três estudantes do curso de Técnico em Agropecuária do Colégio Estadual de Educação Profissional Agrícola da Lapa apresentaram uma pesquisa experimental, com objetivo de comprovar os benefícios da utilização dos Microrganismos Eficientes (EM) no processo de decomposição de uma compostagem com restos de alimentos. As alunas Bruna Caroline Durau e Isabela Pavovicz receberam orientação da professora Maria Cristina Laus Pereira.

Segundo o trabalho, os “EM’s” são microrganismos capturados em uma mata virgem, através de iscas feitas com arroz cozido até o ponto de “papa” em água sem cloro e então colocado em calhas de bambu. Estas iscas são enterradas na mata por 15 dias, para a captura de colônias de microrganismos. As colônias apresentaram diferentes colorações, sendo que só são utilizados os “EM’s” regenerativos (colônias rosada, azulada, alaranjada e amarelada). Estes “EM’s” serão multiplicados em água com melaço, por 15 a 20 dias. Somente após é que serão utilizados na compostagem.

O trabalho das alunas foi um estudo comparativo com objetivo de comprovar a eficiência dos microrganismos eficientes na redução do tempo de decomposição em uma compostagem feita em baldes, contendo restos de alimentos cozidos, cascas de frutas e vegetais e restos de saladas provindos do desperdício de alimentos ocorridos no colégio.

Para o estudo, foram realizados três testes comparativos onde em uma compostagem era aplicado o “EM” e na outra aplicava-se apenas água sem cloro semanalmente em mesma quantidade. Ao decorrer do estudo, observou-se grande diferença durante a decomposição na questão do tempo, do odor, incidência de moscas e quantidade de chorume produzido. Na compostagem onde foi aplicado o “EM” o odor era menos desagradável, não atraindo, portanto, moscas, e a produção de chorume é bem maior que na compostagem onde não foi realizada a aplicação  de “EM”, além da redução do tempo de decomposição.

De acordo com as estudantes Bruna e Isabela, este produto pode ser uma ótima solução para os inconvenientes que acontecem em compostagens caseiras. É natural, fácil de se obter, sustentável, não agride o meio ambiente e além da utilização em compostagens, pode, ainda, ser utilizado em plantas e até como produto homeopático para animais.

CONCLUSÕES

Após a realização do estudo comparativo, observou-se a eficiência dos Microrganismos Eficientes (EM) através da coleta de dados realizada por meio de três testes. Pode-se afirmar que são extremamente eficientes e úteis na aceleração do processo de decomposição da matéria orgânica. Foi observado ao decorrer da metodologia que as compostagens realizadas em baldes onde foram aplicados os microrganismos eficientes (EM) tiveram um tempo de decomposição inferior àquelas onde não foram realizadas aplicações.

A melhora no tempo de decomposição da compostagem onde foi aplicado o “EM” deve-se aos microrganismos que nesta solução estão inseridos, uma vez que provém da fermentação e ativação de colônias capturadas na própria mata. Assim, quando transformados em solução e aplicadas sobre a matéria orgânica, eles exercem a sua função natural, ou seja, decompor.

Também pode-se averiguar a diferença de compostagens com e sem Microrganismos Eficientes (EM) no odor, incidência de moscas e quantidade de chorume produzido. Onde foi aplicado o “EM” o odor não era tão desagradável,  não

atraindo grande quantidade de moscas e a quantidade de chorume produzida era superior se comparado com compostagens onde não houve aplicações de “EM”.

APLICAÇÃO PRÁTICA

O Colégio Agrícola da Lapa possui cerca de 220 alunos matriculados no curso de Técnico em Agropecuária, aos quais oferece três refeições diárias. Além disso, parte desses alunos estão em regime de internato, recebendo mais três refeições durante o dia.

Este volume de refeições gera resíduos sólidos que, associados ao desperdício de alimentos, tornam-se um grave problema ambiental, uma vez que esses resíduos não recebem destinação correta, assim como na maioria dos colégios com período integral. A aplicação do “EM” nas compostagens feitas com alimentos provindos do desperdício geraria aos colégios uma forma de reaproveitar aquilo que não seria usado e iria para o lixo.

Através da conclusão do trabalho realizado pelas estudantes, análise de dados e comprovação da sua eficiência, percebeu-se a necessidade de que os Microrganismos Eficientes (EM) sejam mais divulgados e utilizados, tanto pela população urbana, como forma de produzir sua própria compostagem a partir de um material que não recebe o destino correto, como pela população rural que necessita de compostagem para destinar corretamente seus resíduos domésticos, hortaliças que passaram do ponto, palhadas, animais mortos e restos alimentícios.

Vale salientar que a compostagem poderá ser utilizada na própria horta como adubo orgânico, pois os Microrganismos Eficientes (EM) não agridem o meio ambiente, são fáceis de capturar e utilizar, reduzindo custos de produção e garantindo a sustentabilidade.

Para saber mais detalhes sobre o estudo, basta entrar em contato com a professor orientadora e as estudantes, no Colégio Agrícola.

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