Panorama da apicultura na Lapa

A apicultura é uma atividade bastante difundida em nosso município, mas tem várias possibilidades de melhoria.

No último dia 14 estivemos na sede da Emater da Lapa, em conversa com o Sr. Helio Skiba, técnico agrícola com tradição na área desde 1988 e que através de sua atividade como técnico governamental tem acompanhado a evolução da apicultura lapeana no período.

A Lapa, devido seu tamanho, é o município com maior potencial de produção em toda a região sul do Paraná, em comunidades como Paiquerê, Pedra Lisa, Floresta São João ainda tem grande potencial de ampliar número de apiários, permitindo expansão da atividade.

Um dos aspectos preocupantes é que a nível global a população de abelhas vem se reduzindo, e apesar dos esforços combinados da ONU e governos de grandes países, ainda não se tem uma resposta certeira para o que está afetando os insetos. A maior possibilidade está sendo apontada para a nova geração de agroquímicos usados principalmente na lavoura de soja, chamados neonicotinóides, que tem efeito de desorientar abelhas, fazendo-as perder a capacidade de localização e com isso não retornam para suas colmeias.

Isso é preocupante se pensarmos em evoluir nossa apicultura a padrões de países desenvolvidos, onde colmeias são transportadas para o interior de cultivos agrícolas aumentando a produção da lavoura. Esse uso das as abelhas já existe aqui, mas ainda incipiente, e se os agroquímicos da soja são responsáveis pela mortalidade, isso será uma grande barreira. Segundo o Sr. Helio Skiba, na Lapa já houve pelo menos um caso de mortalidade localizada.

Aliado a isso também existe o problema da drástica redução de pasto apícola, ou seja, plantas adequadas para as abelhas retirarem néctar e pólen, justamente pela expansão da agricultura. Na Lapa da década de oitenta, cada apiário comportava 30 a 40 colmeias. Hoje 12 a 15 saturam a capacidade de uma área. O que mantém a capacidade produtiva são as áreas de reserva legal e preservação permanente, exigidas por lei.

Infelizmente nestes dois problemas há pouco o que se possa fazer para melhorar a atividade, o que motiva a EMATER a organizar um curso para 2018 sobre melhoramento genético e produção de rainhas. Este treinamento será destinado a apicultores experimentados.

A aplicação destas técnicas nos apiários lapeanos podem representar um aumento de produção de mel entre 30 e 50%, sem alterar a estrutura existente, e já são técnicas difundidas e consagradas em todo o território nacional. O curso ainda deve ser melhor definido, mas para ser viável precisa da participação de pelo menos 12 apicultores.

Quem tiver interesse tanto em iniciar na apicultura quanto melhorar seus conhecimentos, procure a equipe da EMATER, particularmente o Sr. Helio Skiba, no telefone 3547-8650.

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