Uma oportunidade de nova vida

Marcelo e Analia - os "gringos" afirmam que a paz e o sossego da Lapa foram um dos diferenciais para permanecer na cidade.

A história parece ser cíclica. Se, no passado, alemães, italianos e poloneses deixaram suas terras para trás em busca de melhores oportunidades, atualmente realidade semelhante pode ser constatada. A Lapa foi a escolhida por um casal de argentinos.

Há 14 anos, a Lapa tem mais uma mistura em seu sotaque e costumes. Se, no passado, alemães, italianos, poloneses e outros imigrantes criaram raízes no município, agora foi a vez dos vizinhos argentinos conhecerem as belezas lapeanas.

Com a grave crise que se apresentava na Argentina na época, Oscar Marcelo Gana percebeu a necessidade de buscar um outro local para viver, que oferecesse novas oportunidades. Surgiu a chance, então, de vir para a Lapa trabalhar na DaGranja, que posteriormente foi vendida para a JBS Foods. Após completar seu compromisso no abatedouro, resolveu, junto com a esposa Analía Asforno, também argentina, abrir uma gráfica, pois sua profissão e formação no país vizinho era esta.

O casal analisou o mercado local e percebeu a necessidade de mais opções no ramo na região. Isso, após análise de outros mercados, como Curitiba e até São Paulo. Mas, a escolhida foi, por fim, a Lapa. E assim nasceu a Via Gráfica, estabelecida na Avenida Aloísio Leoni.

O “Gringo”, como é carinhosamente chamado pelos mais chegados, conta que um dos motivos de terem escolhido a cidade foram a paz e o sossego sentidos na época, especialmente por terem dois filhos pequenos.

“O fato de os filhos pequenos irem e voltarem da escola sozinhos, a paz e o sossego que tínhamos, foi um fator importante para ficarmos aqui”, relata. Marcelo destacou ainda saber das dificuldades em abrir uma gráfica na Lapa, por ser uma cidade menor, mas os dois fatores, comercial e familiar, foram primordiais para começarem em terras lapeanas. Embora já houvesse na época três gráficas na cidade, a família e o amor pela profissão e pelo trabalho gráfico impulsionaram o investimento e, por consequência, foram conquistando espaço, seguindo firmes até hoje.

O estrangeiro conta que outro desafio enfrentado no empreendimento foi a tecnologia. “Um esforço muito grande da nossa parte foi trazer uma tecnologia que aqui não havia e fazer com o que o lapeano aceitasse e acreditasse nas inovações. Hoje as pessoas estão mais abertas ao novo, temos máquinas únicas na Lapa e região”, conta, afirmando que  compensa trabalhar aqui.

São, no total, dez anos de atuação na cidade e, como toda empresa, a Via Gráfica passou por crises financeiras. A empresa foi antecessora da crise, os primeiros três e cinco anos não foram fáceis, mas foram superados com muito trabalho.

Hoje Marcelo ressalta que ele e sua família se sentem parte da cidade e que a Via Gráfica tem atuação principalmente no município, mas também tem clientes da região sul de Curitiba e em todas as cidades da região. “Aproximadamente 70% dos nossos clientes são daqui da Lapa’’, aponta.

Compõem a equipe não só Marcelo e a Analía, cinco funcionários ajudam a oferecer diversos serviços com novas tecnologias. “Todos trabalham comprometidos, desempenhando diversos trabalhos conforme a necessidade do cliente. A equipe precisa estar preparada para a diversidade de atividades e a mudança de produção a todo instante”, explica.

Marcelo comentou que Via Gráfica batalhou para se estabelecer na cidade e a partir daí procura acompanhar as tendências e cumprir as demandas. Mais um exemplo de pessoas que fincaram raízes no município e fazem com que se desenvolva, oferecendo oportunidades de emprego e renda e agregando mais cultura à Lapa.

 

 

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