Dona Maninha comemora seus 100 anos de vida

O aniversário foi comemorado no dia 15 de junho e a família Lacerda celebra a vida da centenária Maria de Lourdes de Paula Lacerda, “Dona Maninha”, nascida em 1918, que teve sua vida marcada por diversos desafios.

Maninha, nasceu na Lapa na mesma casa onde hoje vive com sua família. Aos 21 anos ela casou com seu Luís Correia de Lacerda, primo dela, foram morar em Taió em Santa Catarina e por conta da distância pouco visitavam a terra natal.

Um ano depois, por volta de 1941, “Maninha’’ começou a ter problemas de saúde, por decorrência de uma doença ela teve sua perna amputada e neste tempo ela não conseguiu ter filhos.

No ano de 1954, após quinze anos de casados, nasceu Maria Aparecida Lacerda, a primeira filha do casal. Em 1960 nasceu Ligia Lacerda Mazanek. As duas nasceram na Lapa.

Segundo relatos da filha Ligia, ““Maninha” sempre trabalhou, e, embora tivesse limitações, nada a impedia de trabalhar”. Cozinheira de mão cheia, com seus doces, como o doce de batata roxa, canudo com cocada, doce de leite, ela fazia para agradar sempre o marido, que faleceu no ano de 1977 com 61 anos.

Das duas filhas nasceram os netos e netas e bisnetos: Luizinho, Paola, Marina, Luiza, Mateus e os bisnetos, Alana e Cristopher.

A filha Maria Aparecida, relatou que como mãe, “Dona Maninha”, sempre foi muito atenciosa, realmente uma ótima mãe, sempre deu muito apoio para as filhas, participativa, em suas visitas levava muitas guloseimas as quais os netos adoravam.

Segundo Ligia, “Dona Maninha” foi sempre muito bem cuidada pela família, desde os pais, os irmãos, marido, as filhas, netos bisnetos, o genro.

Luis Mazanek marido de Ligia, enalteceu que a sogra é uma mãe: “Mesmo com suas limitações ela nunca reclamou, nunca se vitimou, sempre foi uma pessoa de muita paz de espirito, ela mesma fazia as tarefas de casa e isso foi com certeza os fatores que a fizeram forte’’.

Os familiares acreditam que esses e muitos outros fatores contribuíram para ela chegar a aos cem anos, pois ela participava de bailes, adorava carnaval, fazia parte de grupos de esporte, do antigo Bolão 009 que existia no Clube Lapeano, e as mulheres se reuniram e formaram “As teimosas” que jogavam o bolão e se divertiam muito com o grupo. Também adorava pescar, como relatou a família, e adorava fazer café no mato dentre muitas outras atividades. Sua limitação não a impediu de viver e aproveitar a vida junto com a comunidade, participava de instituições sociais na cidade da Lapa, como do Dispensário de São Benedito e junto as Damas de Caridade do Lar e Educandário. Sempre foi muito participativa, motivadora e foi ela quem criou os famosos biscoitos “Da Dona Maninha”, primeiro para o consumo e depois passou a ser comercializado, gerando renda para a família. Todos a ajudaram e com o avançar da idade, as filhas, o genro e netos deram continuidade a produção dos biscoitos que são vendidos em diversas regiões do Brasil.

O neto Matheus Mazanek, é quem dá continuidade no trabalho com os biscoitos, antes ‘’Biscoito Lapa 1894’’, e agora com nome ‘’Biscoitos Dona Maninha’’, uma linda homenagem para a avó.

Mateus comentou que tomou gosto por fazer os biscoitos, “oportunidade que apareceu para preencher uma lacuna e continuei, e as lembranças que tenho de minha avó, sempre fazendo os biscoitos e com a latas envolta, empacotando, e até pouco tempo atrás ela ainda pesava as massas, era a ultima a ir dormir e a primeira a levantar’’. Mateus disse que tem orgulho em fazer os biscoitos que aprendeu com a avó.

A neta Marina, hoje mora no Estado de Alagoas, relata que passou grande parte de sua vida aqui em Lapa. “Até meus onze anos, eu dormia na cama junto com minha avó’, nos revezamos sempre para cuidar da avó”. Praticamente todos os netos saíram estudar fora e voltaram.

Ligia e Mateus citaram as cuidadoras Maria Padilha que esteve junto com ela por trinta anos e agora a Luana considerada muito especial, por todo o carinho e cuidado que tem com Dona Maninha.

Aos cem anos, Dona Maninha enfrenta o Alzheimer, mas no geral, o seu estado clínico é muito bom, segundo relatos da família.

Um de seus maiores legados com certeza é o grande exemplo de vida, de mulher e mãe que continua sendo para todos. A centenária Maria de Lourdes de Paula Lacerda, “Dona Maninha”   através de seu modo de viver e enfrentar os desafios é um exemplo de superação, viveu sem pensar nos limites e sim em seus ideais para com ela e toda a família.

Parabéns a ela e a toda família Lacerda, saúde e que Deus lhe conserve por muito tempo junto a nós.

Dona Maninha com suas filhas Maria Aparecida e Ligia, uma vida exemplar de carinho em família.
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