Soldado: afinal, o que ele faz?

O 15º GAC AP conta hoje com a atuação de cerca de 360 militares. Dentre eles estão os recrutas, que adentram ao Exército por meio do serviço obrigatório. Saiba mais sobre o Quartel, a vida militar e as oportunidades para quem decide seguir este caminho.

Desde 1908 o serviço militar é obrigatório no Brasil. Desta forma, todo homem com 18 anos de idade deve se alistar no Exército Brasileiro, na Marinha ou Aeronáutica, que pertencem ao Ministério de Defesa. Aqueles que entram para a vida militar nesta seleção, tornam-se soldados, recebendo treino e equipamento para defender o país e os seus interesses.
E, no dia 25 de agosto, comemora-se o dia destes integrantes do Ministério da Defesa. Historicamente, remonta a data natalícia de Duque de Caxias, Patrono do Exército, pelo histórico de pacificador.
O 15º Grupo de Campanha Autopropulsado (15º GAC AP), “Grupo General Sisson”, na Lapa há quase 70 anos, tem hoje cerca de 360 militares atuando no Quartel, entre eles estão os recrutas (que cumprem serviço militar obrigatório), soldados e cabos (que podem atuar como temporários por até 8 anos), sargentos e oficiais temporários e profissionais de carreira (que são integrados através de concurso).
Este total de pessoas atuando no Exército Brasileiro, através do 15º GAC AP, representa em questões salariais para a Lapa aproximadamente R$ 2 milhões mensais, além de investimentos anuais também na casa de R$ 2 milhões.
Entre os recrutas, o Quartel recebe jovens das cidades de Lapa, Balsa Nova, Contenda, Quitandinha, São João do Triunfo, Antônio Olinto, Campo do Tenente e Porto Amazonas, os chamados municípios tributários. Em março de 2018, o 15º GAC AP incorporou 143 recrutas, que irão servir no Exército Brasileiro até janeiro de 2019, que é quando ocorre a 1ª baixa.

A VIDA NO QUARTEL
No mês de agosto de cada ano acontece uma pré-seleção dos jovens com 18 anos de idade. Trinta por cento deles passa para uma segunda avaliação, realizada em janeiro do próximo ano. Através de um sistema de computador do Exército em Brasília, avalia-se o perfil dos candidatos, conforme as necessidades.
O Comandante do 15º GACAP, Tenente Coronel Átila Ricardo Leme Larsen, explica que o perfil do futuro militar é avaliado conforme as atividades que precisam ser cumpridas dentro do grupo. “O serviço militar é obrigatório e o jovem selecionado deve se apresentar, a seleção não distingue religião, cor ou outras preferências do jovem, mas o seleciona pelo perfil em desenvolver as habilidades. Precisamos de jovens para trabalhar com computador, outros para cálculos, outros são escolhidos por sua condição física, dentre outras habilidades”, comenta.
O Comandante destacou a preparação para se tornar um militar. “Chegando aqui o jovem tem uma instrução individual básica, pela qual aprende a ser militar, aprende a marchar, a ordem unida, a atirar, as noções de hierarquia e de disciplina, de justiça militar, de cidadania, de meio ambiente e aquela visão de sustentabilidade. Tudo o que se faz aqui visa disciplinar e conscientizar o jovem sobre o reaproveitamento de material de construção, materiais recicláveis, para que quando volte para a sociedade esteja preparado”, explica.

OPORTUNIDADES
Para os jovens que prestam o serviço militar obrigatório, o Comandante Larsen destaca a possibilidade de um soldado engajado permanecer no Quartel por até oito anos. “Buscamos estimular os jovens a participarem de concursos, como oficiais e sargentos de carreira, eles têm esta oportunidade e vai do mérito de cada um estudar e passar nestes concursos. Nós temos também um projeto chamado ‘Soldado Cidadão’, do Ministério da Defesa, que visa a profissionalização do jovem. Em torno de 40% dos nossos soldados estão em algum curso profissionalizante, como eletricista predial, manutenção e pintura, operador de empilhadeira, mecânica diesel e gasolina, padaria, garçom, cozinheiro, curso para chefe de cozinha e outro”, relata o Comandante, afirmando que estas são oportunidades que abrem portas para o futuro profissional dos que servem o Exército.
Atualmente, o Exército executa o Programa Força no Esporte (Porfesp). No 15º GAC AP, 85 jovens com idade entre 8 e 13 anos, vindos de Colégios do município, participam durante o contra turno escolar do programa, de segunda a quinta-feira. Segundo o Comandante Larsen, os estudantes ficam no Quartel na parte da manhã, quando acontece a aula. Eles são levados até o local por um ônibus, fornecido pela Prefeitura. Os estudantes almoçam no 15º GAC e depois iniciam as atividades, que envolvem palestras de assuntos variados, como cidadania, sustentabilidade, respeito ao próximo, bullyng, patriotismo e civismo, e depois vão para as atividades esportivas, como futebol, corrida, vôlei, basquete, iniciação ao judô e iniciação a música.
Quanto à estrutura do 15º GAC AP, o Comandante comentou que os equipamentos usados oferecem a tecnologia moderna semelhante a do Chile e Venezuela. “O Quartel da Lapa está em um patamar muito bom em materiais se comparado a outros países. Recebemos este ano quatro novos Obuseiros M109 versão A 5. Desde 2000, temos a versão A3 e os Obuseiros A5 oferecem tecnologia, mais agilidade no carregamento, alcance maior, com motores seminovos, com vida útil de 25 anos. Nós estamos no topo na modernidade de materiais”, explicou.
Com a tecnologia e todo aprendizado oferecido, o Exército é um caminho para que novas profissões sejam difundidas através do treinamento militar, embora muitos jovens não queiram ingressar na vida militar. “Tem muita mística de que o jovem vem para o quartel para sofrer, que não terá boa alimentação, ficará longe da família, mas na verdade ele terá um crescimento pessoal. Ficar longe da família lhe oportuniza tomar decisões e amadurecer mais rápido. Sobre a comida oferecida, ela é espetacular, é de boa qualidade, muito bem preparada. A alimentação nos quartéis melhorou muito nos últimos anos. Sobre a parte física, a exigência é que o militar esteja preparado para o combate com uma boa rigidez, isso é o que se espera do militar. Muitos jovens aceitam o desafio e desenvolvem suas habilidades mesmo depois que saem do quartel, continuando na prática de esportes, como montanhismo e corrida”, relata.

 

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