A Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), o Sindicato e Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar) e a Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep) estão se mobilizando para amparar os produtores paranaenses de feijão que estão recebendo valores bem abaixo do preço mínimo de garantia estabelecido pelo governo federal, que é R$ 80,00 a saca de 60 quilos. De acordo com dados da Seab, os preços pagos aos agricultores têm girado em torno de R$ 55,05/saca (feijão de cores) e R$ 59,12/saca (feijão preto). Mas em municípios como Ivaiporã o valor chegou a cair para R$ 40,00. “Gostaríamos que o governo federal socorresse os agricultores, fazendo valer a lei e pagando, pelo menos, o preço mínimo de garantia”, afirmou o secretário de Estado da Agricultura, Norberto Ortigara, na manhã de terça-feira, dia 08, na sede da Ocepar, em Curitiba.
Medidas
De acordo com Ortigara, um documento foi encaminhado pela Seab, Ocepar e Faep para o governo federal, na tarde de terça-feira, solicitando a implementação de medidas de apoio à comercialização do feijão, por meio de instrumentos como a compra direta e a Aquisição do Governo Federal (AGF) para uma parte da produção. “O objetivo é enxugar o mercado. Há um excesso de curto prazo, estamos em plena safra e essa situação debilitou muito o preço. Ou a gente socorre agora os agricultores ou vamos ter um efeito nefasto lá na frente na forma de retração de área, de dificuldade de suprimento”, ressaltou o secretário. Ainda de acordo com ele, há quinze dias, quando o preço do feijão começou a cair, o Paraná acionou os ministérios da Agricultura, da Fazenda e do Planejamento e a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), cobrando uma solução para o problema. “Nós já nos posicionamos perante o governo federal anteriormente, o faremos novamente nesta terça-feira e também na quinta-feira (10/02), lá em Cascavel, no Show Rural, teremos uma conversa direta com o ministro da Agricultura, Wagner Rossi, sobre o assunto”, acrescentou Ortigara.
Outros produtos
Nesta safra, o Paraná plantou 340 mil hectares de feijão – 6% a mais que no ciclo anterior. O secretário informou ainda que os mesmos mecanismos de comercialização estão sendo pleiteados do governo federal para atender os produtores de cebola e batata, que também se encontram em situação difícil.
Entidades na Lapa
De acordo com informações dadas por Benedito Roberto Pinto, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais da Lapa, as entidades representativas estão procurando auxiliar os agricultores familiares, buscando negociação com os bancos para que se possa prorrogar o pagamento de dívidas. Somente a partir do dia 22 deste mês é que se poderá dar uma resposta efetiva sobre a situação.
“A situação está difícil”, afirma ele. Que orienta a todos os agricultores a procurarem sempre o sindicato para obter orientações a respeito da plantação e da situação da agricultura no país, procurando-se evitar desta maneira que haja muita oferta para pouca procura.
Seguro
De acordo com Ortigara, outra questão preocupante do momento é relacionada ao programa de subvenção ao prêmio de seguro. “Há uma sinalização de que possa haver corte de recursos no orçamento da União e nós vamos nos posicionar perante o ministro da Agricultura, junto com a Ocepar e Faep, no sentido de que haja pagamento dos atrasados e os recursos estejam disponíveis para que nós possamos oferecer tranquilidade ao agricultor para que ele possa contratar o seu seguro subvencionado por parte da União e por parte do estado do Paraná”, disse o secretário.
Compromisso
Na reunião ocorrida na Ocepar também foram discutidos diversos outros temas como sanidade, meio ambiente, pedágio, estradas rurais, pesquisa, infraestrutura, valor da energia pago pelas cooperativas, diversificação das propriedades por meio da fruticultura, crédito, programas de governo que serão mantidos, como o Trator Solidário, Leite das Crianças e Fundo de Aval, entre outros. “Foi uma reunião bastante agradável, com uma pauta bem densa, composta por itens de curto prazo e outras ações que permitirão organizar melhor a nossa produção paranaense visando torná-la mais competitiva. Houve um debate muito rico, demonstrando o respeito do governo do Estado para com o sistema cooperativo do Paraná nas suas várias áreas, especialmente na produção agrícola e na produção agroindustrial. Queremos reafirmar nossa disposição e compromisso de trabalharmos de forma conjunta. O mais importante é que o nosso agricultor tenha uma vida feliz, tenha renda e que o governo possa de fato ajudar, fazendo os investimentos necessários”, completou Ortigara.