Quando é preciso se envolver

Há algumas semanas a Polícia efetuou a prisão em flagrante de um rapaz que estava atacando mulheres na cidade da Lapa. Toda a operação, de investigação e descoberta de quem seria o homem, e por fim sua prisão, só foi possível graças à colaboração de pessoas da comunidade, que se dispuseram a prestar queixa contra ele.

Estas pessoas não tiveram medo, fizeram o que tinha que ser feito. Mas, infelizmente nem todas agem desta forma. Conversando com o Delegado Dr. Daniel Fagundes, ele explicou que são raras as pessoas que se dispõem a fazer uma denúncia sobre um traficante, por exemplo. O medo é a principal justificativa. A maior parte da população sabe, ou diz saber, quem é o traficante, quem é o ladrão, quem é o usuário de drogas. Mas, não toma atitudes para mudar a situação. Isso acontece por conta do medo e também por outro motivo: não querer se envolver na situação e alegar que a polícia e a justiça é que têm esta função.

Sim. É deles esta função, mas é preciso que a população se envolva, que cobre, que auxilie.

Uma sociedade que participa, que se envolve, que cobra, é uma sociedade realmente cidadã. Assim como é preciso cobrar dos órgãos públicos que façam a sua parte, é preciso que se tenha coragem de mostrar o erro e apontar soluções.

Para ilustrar o que falo, trago alguns questionamentos. Você está vendo TV e a programação de certo canal está deprimente. O que você faz?

De repente você está ouvindo rádio, mas ao sintonizar alguma estação que não lhe agrada, o que você faz?

Ao ouvir um CD de um cantor, cantora ou um grupo musical, ou a seleção de algumas músicas do seu estilo preferido, você encontra aquela música realmente chata, sem sentido. O que você faz?

Então você está numa festa, encontra uma pessoa e começa uma conversa, que não tem nada a ver com o que você gostaria de falar naquele momento. O que você faz?

Só pra finalizar: Você está aguardando um atendimento, sentado num banco não muito confortável, até sente dores no corpo naquela posição. O que você faz?

Geralmente as respostas são quase unânimes para cada uma das situações apresentadas! Você muda de canal, de estação, de companhia, de posição. Ou estou enganada?

Nestas situações você toma uma atitude. Está certo, são atitudes normais em uma situação de desconforto. É menos “doloroso”, menos “desconfortável” agir assim.

Mas, se você é capaz de reagir a determinadas situações que causam mal estar, desconforto, buscando quase que de imediato uma alternativa melhor, porque aceita conviver com situações que podem prejudicar a sua vida e de sua família? Pode ser menos “doloroso”, menos “desconfortável”, ser omisso. Mas, somente por um tempo. Um dia, o problema bate à sua porta, de uma forma ou de outra. Aí, já não será possível culpar somente o poder público.

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“Os obstáculos não devem impedir você. Se você se deparar com um muro, não vire e desista. Imagine como fazer para pular, atravessar ou dar a volta.”

(Michael Jordan)

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