Parte II
Dessa forma, agendamos uma entrevista com o Senhor Secretário da Educação Dr. Candido Manoel Martins de Oliveira e, quando lá chegamos, fomos por ele recebidos juntamente com o diretor geral da secretaria, Prof. Ernesto Knauer. E, para nossa grata satisfação, nos informaram que o senhor José Ribas – Prefeito Municipal, havia lhes telefonado pedindo todo o empenho possível para atendimento a nossa solicitação.
Entretanto, na entrevista com o senhor Secretário da Educação, fomos informados das dificuldades para o atendimento a nossa pretensão, tendo em vista não estar a Lapa inserida no Plano Estadual de Educação, não oportunizando as condições exigidas para a instalação de um Colégio Polivalente.
Face a essa informação, solicitamos ao Senhor Secretário que se mudasse o Plano Estadual de Educação para inserir a Lapa e assim viabilizar a instalação do referido Colégio. Isso acabou acontecendo com o apoio do Prof. Ernesto Knauer, que se prontificou a tratar do assunto, muito embora complexo e de muitas dificuldades para a modificação do Plano, e da reticente disposição do Senhor Secretário em aceitar a idéia.
Saliente-se, ainda, que o memorando entregue pela direção do Colégio General Carneiro ao Excelentíssimo Senhor Ministro da Educação, é o primeiro e único documento referente ao pedido de instalação de um Colégio Polivalente na Lapa, que foi juntado aos autos como peça iniciante do processo instaurado.
Após os trâmites do processo instaurado, para que se procedesse à instalação do Colégio na Lapa, recebendo convite do então Secretário da Educação, Dr. Francisco Borsario Neto, e do Diretor Superintendente da Fundepar, Dr. Guilherme Braga Sobrinho, para comparecer a reunião destinada a tratar do assunto referente ao Colégio Polivalente, e lá compareci na companhia dos Professores Antonio Jorge Favaro – Diretor Auxiliar do Colégio General Carneiro, e professor Pedro Bianchini Junior – Inspetor de Ensino.
Nessa reunião foi apresentada a planta com apenas a construção das salas de aula, tendo sido excluídas as dependências referentes à administração.
Fui enfático e, juntamente com os colegas presentes, assinalamos: queremos que a construção seja efetuada de acordo com a planta original e completa, ou não aceitamos nada.
Chamaram os assessores, trouxeram as planilhas, fizeram cálculos sobre a demanda de alunos e outras especificações e acabaram concordando com as nossas pretensões e determinando que o colégio fosse construído com todas as dependências constantes da planta original.
Nos informaram, ainda, que o processo com a planta para a construção, devidamente aprovados, seria enviado a Prefeitura Municipal, já então com nova administração, para que se procedesse à desapropriação do terreno onde a escola deveria ser construída.
Quando ainda se encontrava em trâmite o processo com as conversações em andamento, recebi da Câmara Municipal da Lapa um ofício assinado pela então Presidente, Sra. Cacilda Kuss Marins, solicitando que se fizesse uma explanação e ou esclarecimentos aos senhores Vereadores sobre o que seria um Colégio Polivalente.
Após essa conversa, a Câmara elaborou um documento que foi assinado pelos senhores vereadores, também por mim subscrito, e endereçado ao então diretor de um órgão denominado de PREMEN, que funcionava junto a Fundepar, o que não entendi, pois, esse órgão não tinha e nunca teve autoridade para implantar e ou instalar escolas em nenhuma localidade do Paraná, não tendo nenhuma participação neste caso.
E, principalmente no caso dos Colégios Polivalentes, a implantação era da iniciativa e patrocínio do Ministério da Educação que, obviamente, fazia parceria e ou convênio com as Secretarias de Educação dos Estados.
Após essas considerações, bem como depois da reunião com o Senhor Secretário da Educação, Dr. Francisco Borsari Neto, e Dr. Guilherme Braga Sobrinho, Diretor-Superintendente da Fundepar, oportunidade em que nos reiteraram que a planta do Colégio, processo de implantação e demais documentos, já devidamente aprovados, seriam enviados a Prefeitura Municipal da Lapa para as demais providências necessárias a construção da Escola.
A partir daí não mais tivemos qualquer participação nas ocorrências e ou ações que se sucederam.
Entretanto, temos conhecimento que os documentos, a verba para a construção da escola, já devidamente aprovados, foram encaminhados a Prefeitura Municipal da Lapa, agora na administração do Prefeito Dr. Sergio Leoni, que promoveu a desapropriação do imóvel para a construção da referida escola, fazendo acompanhamento até a inauguração da mesma, inclusive no sentido de seu funcionamento.
Quando da inauguração do Colégio, que se deu em 1979, colocou-se na imprensa local que o mesmo tinha vindo para a Lapa depois de pedido da Câmara Municipal para o Diretor do Premen – Órgão da Fundepar que, repito, não possuía e nunca teve qualquer autoridade para instalar escolas no Paraná e, muito menos, no caso do Polivalente da Lapa, de iniciativa e projeto do Ministério da Educação, na oportunidade por vontade do então Ministro Ney Braga.
Estivemos na inauguração, na condição de meros espectadores, pois, o que importa é o beneficio que essa conquista haveria de propiciar para nossas crianças, nossa juventude…
Esse é mais um caso da história que a história não conta.
Carlos Pedro Kaled – Farmacêutico (Bioquímico), Advogado Ex-Presidente da OAB – Lapa, Professor e Ex-Diretor do Colégio Estadual General Carneiro.