A Pastoral da Criança, com seu trabalho em defesa da vida e da esperança, atua junto à família. Por reconhecer que é ela o terreno fértil onde todos que acreditam no dever cristão de trabalhar para que todas as crianças tenham vida em abundância, encontram espaço para a troca de saberes e fazeres, o espaço para a partilha da fé e de seu amor ao próximo.
A Constituição Brasileira e o Estatuto da Criança e do Adolescente dão atenção a este segmento, pois a família ocupa um lugar de destaque na proteção e promoção das condições necessárias ao desenvolvimento global das crianças. A família nem sempre existiu na forma como a conhecemos hoje. Sua forma atual é fruto de um processo histórico. O modo como se constitui hoje é conseqüência de mudanças na vida da sociedade, principalmente nos seus aspectos políticos, econômicos e religiosos. Podemos destacar duas mudanças sociais: a transformação na estrutura da família e o ingresso das mulheres no mercado de trabalho. O modelo de família composta por pai, mãe e filhos não é o único existente. É o predominante, mas hoje encontramos a família com ausência da figura do pai, mulheres (muitas adolescentes) criando os filhos sozinhas, ou mesmo crianças sendo criadas somente pelos avós. Temos ainda famílias chefiadas por mulheres, muitas nas camadas da população mais pobre.
Acreditamos que o trabalho da Pastoral da Criança se torna cada vez mais necessário junto às famílias, pois podemos colaborar para que tenham o direito a vida, a saúde, a educação, a liberdade, ao respeito e a dignidade, ajudando-as a serem elas próprias agentes de transformação.
A família se constrói a cada dia. Educar filhos é uma arte! Diálogo entre marido e mulher se torna cada vez mais difícil e, assim, tantos outros fatores prejudicam a família. Para as líderes voluntárias da Pastoral da Criança isso é um aprendizado constante, seja para elas próprias ou para as famílias que acompanham.
A educação essencial se inicia quando a criança está no ventre materno, sendo gerada, amada e esperada com muito amor. Precisamos dar mais amor, atenção às crianças. Disciplina, valores, limites precisam ser mais debatidos e colocados em prática! Só assim poderemos ajudar na construção da sociedade.
Pais, amem seus filhos, brinquem juntos1 Mães, amamentem seus bebês, acompanhem seus filhos na escola, no parque, conheçam seus amigos, seus professores, ensinem o amor de Deus para eles! Pais, valorizem seu amor, transmitam valores a eles.
Enfim, sejamos “Melhores Filhos e Melhores Pais”, como diz a canção do Padre Zezinho. Só assim podemos colaborar na construção de uma sociedade mais humana e fraterna.
Que esta seja uma semana de reflexões e comprometimento para todos nós. O que estou fazendo por minha família?
Maria Aparecida Bueno é coordenadora de Área da Pastoral da Criança da Paróquia Santo Antonio da Lapa.