Tudo começou no final dos anos 1940, em uma das tradicionais festas de São Benedito realizadas na Lapa. Dona Maria da Gloria Kuss, esposa do então Prefeito Municipal Otavio José Kuss, teve uma brilhante idéia. Ao ver sobrar massa de pastel e recheio de frango, decidiu fritar a massa com o recheio em formato de “coxinha”. A idéia foi um sucesso e até hoje o salgado é uma das tradições da culinária lapeana.
Mas, esta tradição da Lapa pode correr o risco de se perder. Não porque as quituteiras de plantão deixem de produzir este delicioso salgado. Mas, porque pode ser utilizado por outros municípios e se agregar, cedo ou tarde, à cultura de outra região, deixando de se dar os devidos créditos à Lapa.
Tanto é verdade que, meses atrás uma senhora com o nome de Irene, moradora de São José dos Pinhais, deu entrevista no programa da RPC TV, “Caminhos do Campo”, afirmando ser a criadora da coxinha de farofa, uma mentira sem tamanho.
Daí surgiu a idéia de tornar a coxinha de farofa um patrimônio imaterial da cidade da Lapa, assim como o queijo parmesão é da cidade de Parma, na Itália, e o Acarajé é da Bahia.
Segundo Marcio Assad, um dos idealizadores do projeto, o primeiro passo para que isso aconteça necessita da ajuda da população lapeana. Serão deixados abaixo-assinados nos pontos de venda da coxinha de farofa e também documentos eletrônicos nos endereços na internet do Portal Lapa (www.portallapa.com.br) e da Tribuna (www.tribunaregionaldalapa.com.br), para que a população possa afirmar que, sim, a coxinha de farofa é lapeana!
Os abaixo-assinados terão como destino final o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Mas, antes disso, o assunto será levado ao conhecimento do Governo do Estado e demais interessados, para auxiliarem na solicitação dos lapeanos. Após isso, será também feito um pedido junto ao Ministério da Cultura para conseguir o esperado tombamento da invenção de Dona Maria da Gloria.
Se isso acontecer, a iguaria vai passar a se chamar no mundo inteiro “Coxinha de Farofa lapeana”.
O movimento em prol ao reconhecimento deste salgado típico lapeano tem o apoio do Clube de Imprensa lapeano. E os abaixo-assinados estarão disponíveis nos pontos a partir de segunda-feira, dia 17 de outubro. Participe você também!
