A solução para a diminuição da população animal passa pela conscientização e posse responsável
Em 2007, o professor do Colégio Agrícola e também veterinário, Luis Henrique Agulhan Cit, realizou uma pesquisa em bairros da Lapa, com ajuda de alunas do Colégio, sobre a população de animais que vivem nas ruas do município. Trata-se de um levantamento zoográfico de cães e gatos do município da Lapa.
As alunas realizaram entrevistas em 95 residências dos bairros próximos ao centro da Lapa. E, na segunda-feira, dia 24 de outubro, Luís apresentou os resultados do trabalho aos alunos do CEEBJA Paulo Leminski, durante semana pedagógica da escola.
Luís diz que o que o motivou a realizar a pesquisa foi o grande número de animais errantes no município, em comparação a outras cidades. “Este fato me chamou a atenção”, conta ele, que é natural de Curitiba.
“O grande problema está no fato de haver um Canil Municipal e ele estar sobrecarregado em relação ao número de animais”, diz. Atualmente não é permitido sacrificar os animais e, a maioria dos que são recolhidos para o canil não é de raça, então é difícil alguém querer adotá-los.
Segundo os resultados obtidos por Luís, na Lapa há um cão para cada dois habitantes e um gato para cada quatorze pessoas. E ainda, 67% dos cachorros que passeiam pelas ruas têm donos, mas mesmo assim saem de casa, andam livremente pelas ruas e depois voltam para seus lares. Com estes dados o professor fez uma comparação que deveria levar a população à reflexão: em São Paulo, a média é de um cão para cada quatro habitantes e um gato para cada oito pessoas. Na Lapa, a proporção é praticamente o dobro do que no estado paulistano.
SOLUÇÃO
Perguntado sobre uma possibilidade de solução ou amenização do problema da grande população de cães e gatos no município, Luis afirmou que o caminho mais correto é a conscientização da população. Este seria o primeiro passo para a solução. “Cada pessoa tem que saber que é responsável pelo seu animal, inclusive juridicamente”, afirma.
A posse responsável e a castração dos animais podem resolver o problema, mas a longo prazo. E ele vai mais longe, contando que o Canil Municipal não é a solução, já não há espaço físico suficiente para abrigar os animais que são retirados das ruas na Lapa.
Ele explica que, caso haja conscientização e, posteriormente, campanhas de castração, “com uma perspectiva bastante otimista, daqui a vinte anos pode ser resolvido o problema do alto número de animais na rua, isso se a população ajudar”.
Sobre o sacrifício dos animais, além de ser proibido por lei, não é a solução. Já que sem conscientização, a cada dia surgem mais animais pelas ruas, se reproduzindo e aumentando a população animal. A opção pela matança só daria uma falsa sensação de solução, já que o problema é muito mais profundo e envolve a irresponsabilidade dos proprietários.
POSSE RESPONSÁVEL
Você sabe o que é posse responsável? Poucas pessoas sabem o que isto significa.
Trata-se de algumas medidas básicas para cuidar adequadamente do animal que você possui, de forma responsável. São elas: alimentar bem o animal, oferecer sempre água fresca e limpa, ter os devidos cuidados veterinários como vacinações e exames de rotina, além de não deixar o animal sair para a rua sozinho, sem guia e coleira.
“Quando o dono deixa o animal sair sozinho para a rua acontecem vários problemas: a maioria, que são cachorros machos, fecundam as fêmeas, rasgam sacolas de lixo na rua e causam um grande problema ambiental”, conta Luís.
E, a posse responsável também abrange a consciência de que se ter um animal em casa, ou em sua propriedade, não tem um custo tão baixo. “As pessoas precisam ter consciência de que um cachorro vive em média 12 anos. Então são 12 anos de responsabilidade sobre esse animal, incluindo custos com alimentação, vacinação e custos com uma possível doença que esse animal possa ter”, alerta o veterinário.
A posse responsável também abrange a conscientização e a mudança da cultura de perceber o animal como objeto. “As pessoas acreditam que o animal não sofre, não levam em consideração que ele sente dor igual a nós”, afirma Luís. Um grande erro, já que são providos de sensibilidade e podem sofrer traumas físicos e, também, psicológicos. No entanto, por conta da covardia humana, que abusa da força e da violência, são coagidos e acabam se submetendo às ações do homem.
FUTURO
Em parceria com a Prefeitura Municipal e com a Secretaria de Meio Ambiente, Luís está procurando definir e colocar em prática estratégias para divulgar a pesquisa que foi feita e para a conscientizar a população em relação à posse responsável e a todos os problemas que têm relação com os animais no município.
“Em primeiro momento a divulgação será feita em escolas de ensino fundamental para adquirir novas pessoas conscientes. Essas crianças vão levar para casa todas as informações que forem passadas”, conta ele.
A solução para a grande quantia de animais abandonados e mal tratados no município passa por ações dos munícipes. A Prefeitura sozinha, não é responsável pelo problema. Você também pode, e deve, fazer a sua parte.
Seja um voluntário nesta causa! O mínimo que você pode fazer é divulgar a posse responsável, cobrar de seu vizinho que deixe o cão e o gato para dentro de seu terreno, com o portão fechado.
A solução para os problemas depende, principalmente, do engajamento do cidadão consciente e responsável! Participe!
Para participar como voluntário nas ações, entre em contato com o Luís pelo telefone do Colégio Agrícola, 3622-5914, ou pelos e-mails luiscit@bol.com.br e lhac2010@hotmail.com.