Achar cadáveres era assustador e ao mesmo tempo fazia com que a polícia desconfiasse dele, a imagem do padre sem olhos não saía de sua cabeça.
Desse momento em diante Gabriel tornou-se o principal suspeito e foi interrogado por Ênio que suspeitava dele e sua ingenuidade.
Outro padre foi trazido para cidade, viera um da capital já que nas cidades vizinhas os padres estavam com medo dos crimes que estavam ocorrendo na cidade e não queriam arriscar a vida.
Seu nome era Álvaro e ele parecia não ter medo dos crimes brutais que assolavam Lapa.
Ênio continuou as investigações e acabou por encontrar uma abertura no chão atrás do vidro coberta por um tapete vermelho com detalhes dourados, ele conseguiu a ver porque o tapete estava fora do lugar.
Intrigado com sua nova descoberta ele tentou achar um jeito de atravessar o vidro, mas não obteve sucesso. Frustrado ele bateu no grande vidro limpo e ele pareceu se mover alguns centímetros foi nesse momento que ele descobriu que a proteção poderia ser arrastada um pouco para o lado, formando uma abertura de quase trinta centímetros.
O detetive conseguiu passar, ali do outro lado do vidro havia um leve cheiro de barro úmido e o tapete cheirava a mofo. Ênio o enrolou e revelou toda a abertura, um buraco com uma escada que descia para o subsolo da Matriz.
Isso era uma novidade, ele nunca escutara ninguém falar se a Igreja tinha uma passagem secreta. Com medo ele desceu-a, cada degrau de madeira fazia um rangido quando tocado pelo pé dele, o cheiro de barro aumentava cada vez mais.
A pequena sala secreta era iluminada por várias velas, havia uma porta de madeira ao lado de uma pia batismal antiga que continha um líquido vermelho que Ênio identificou como sangue.
Ele sabia que do outro lado da porta deveria ter algo muito ruim, mas mesmo assim o detetive a empurrou, sua obrigação de resolver o caso fez com que ele seguisse em frente.
O AUTOR
O jovem leitor da Tribuna Regional, Eduardo Luiz, de 16 anos de idade, entrou em contato com a redação e contou sobre sua paixão pela leitura e escrita. Segundo ele, está trabalhando em textos para escrever um livro de fantasia e ficção. Sua paixão pela leitura começou desde pequeno, incentivado por sua família, especialmente por sua irmã. Aos 10 anos de idade, Eduardo escreveu sua primeira história, uma adaptação de “Os três porquinhos”.
“Eu me inspiro em outros autores e na capacidade que eles têm para criar contos que nos seguram do começo ao fim. Eu transformo qualquer lugar que imagino em um palco para histórias fantásticas, também me inspiro em meus amigos pra criar os personagens”, explica Luiz.
O jovem leitor e escritor enviou à Tribuna alguns dos capítulos que já escreveu de seu futuro livro. Com autorização de Eduardo, trazemos a você, leitor, “O enigma da Matriz”, uma história ambientada na Lapa.