O Atlético-PR foi o campeão do primeiro turno do campeonato paranaense e a equipe Tribuna Regional conversou com o maior ídolo da historia atleticana, o lapeano Barcímio Sicupira Jr.
“Meu pai era militar e no começo da década de 40 foi transferido para o quartel da Lapa. Em 1944 eu nasci e sempre tive muito orgulho de ser lapeano.” Assim começa a história de Sicupira, ídolo eterno atleticano e maior artilheiro da história do clube com 158 gols.
“O craque da camisa 8”, como ficou conhecido nos tempos de furacão, deixou a Lapa ainda criança e foi morar em Curitiba. Sua carreira como jogador profissional começou no extinto Clube Atlético Ferroviário.
Em 1964, aos 19 anos de idade, Sicupira já havia adquirido o status de futuro craque e foi jogar no Botafogo, do Rio de Janeiro, um dos times mais fortes da época, que contava com nomes como: Garrincha, Didi, Gerson e Nilton Santos.
Em 1968, depois de cinco anos longe do Paraná, Sicupira voltou ao seu estado e começou a escrever sua bela história com o Atlético Paranaense. Em sua estreia pelo rubro negro, no dia 2 de setembro de 1968, em um jogo na Vila Capanema contra o São Paulo, o eterno camisa 8 já mostrou que faria história com o time atleticano: Sicupira fez um golaço de bicicleta que definiu o placar da partida em 1 x 1. Esse foi apenas o primeiro gol do lapeano pelo clube. Sicupira era um meia-atacante especialista em fazer jogadas que encantavam a torcida. Durante a sua carreira marcou muitos gols de voleio, bicicleta e calcanhar. E nunca esqueceu das raízes. “Como jogador do Atlético tive o privilégio de jogar por duas vezes na Lapa contra o União, time pelo qual meu pai jogou quando morou na cidade”, conta o talento lapeano.
1970 – A DÉCADA
O ano de 1970 marcou o auge do craque lapeano no Atlético. O Furacão há doze anos não ganhava o campeonato estadual e, naquele ano, com grandes atuações de Sicupira o rubro negro levantou a taça de campeão paranaense e o lapeano foi o artilheiro da competição com 20 gols.
Em 1972 a história do craque da camisa 8 teve outro capítulo importante. Sicupira foi emprestado pelo Atlético ao Corinthians para a disputa do Campeonato Brasileiro daquele ano. No time paulista foram poucas partidas, mas com grandes atuações, como na semifinal do campeonato Brasileiro, quando Sicupira marcou o gol decisivo para a classificação do time no último minuto do jogo. O lapeano fez sucesso com a Fiel e, em 1973, voltou ao furacão para continuar sua história no clube.
Em 1975 o eterno camisa 8 atleticano decidiu se aposentar e se dedicar a educação física, profissão pela qual se formou na Universidade Federal do Paraná em 1971, ainda quando era jogador. Depois de anos de trabalho na rede pública de ensino, Sicupira se tornou comentarista de futebol e atualmente trabalha na Rádio Banda B, de Curitiba, e é um dos cronistas esportivos mais conceituados do Paraná.
ATLÉTICO 2012
Para Sicupira o título do primeiro turno do campeonato paranaense conquistado pelo furacão foi merecido. “O atlético está de parabéns nesse primeiro turno, o título foi até surpreendente por tudo que aconteceu no ano passado e por o time atleticano ser muito jovem. A filosofia ofensiva do técnico Carrasco deu certo até agora. Para o Campeonato Brasileiro da série B o Atlético ainda precisa de reforços, o time tem muitos jovens e é preciso ter elenco para subir novamente para a primeira divisão. Quero mandar um abraço a todos os lapeanos, especialmente aos atleticanos. Tenho muito orgulho de ter nascido nessa cidade e qualquer hora eu apareço na Lapa para comer aquele delicioso leitão a pururuca que fazem por ai”, finaliza o eterno craque atleticano.