Última homenagem a Maria Eduarda Bueno

Há momentos em que faltam palavras… Lembramos das tardes que não eram vagas, como estas lembranças. Nos lábios podemos sentir uma fala de pobres esperanças…

Maria Eduarda se foi… Virou estrelinha no céu.

Ainda lembramos daquela noite… Daquele horror… De alguém sem coração que nos tirou você…

Uma noite que andávamos sem rumo, em busca de ouvir apenas uma frase dizendo que você ficaria bem.

Lembramos de tantos instantes, momentos guardados em fotografias, diálogos de uma vida toda, mas faltaram palavras para que completassem o sentimento final.

Nos primeiros dias de aula, a professora de português pediu para que os alunos escrevessem um texto sobre a família, sonhos e o que pretendiam ser no futuro… E Maria Eduarda deixou na primeira página do seu caderno gravado sua história assim:

“A minha vida é bem agitada, porque de manhã vou para o colégio e quando chego vou ajudar minha irmã e meu cunhado no restaurante, daí vou para a academia a tarde, quando chego vou ajudar minha mãe. Mas gosto da minha vida assim, porque é bom ter o que fazer.

Eu gosto quando é final do ano, porque vou ver minha família, meus avós, tios, tias e primos. E isso é muito bom, porque lá eu me divirto, ajudo meu vô na venda, conheço pessoas novas e é bom prá mim.

Eu tenho muitos sonhos: aprender a laçar, ganhar troféus, casar, ter filhos, ter um carro e muitas outras coisas, mas é difícil ter filhos pois tem gastos, é difícil ter carro porque você pode ser roubado e muitas outras dificuldades. Mas, o meu maior sonho é poder ser veterinária ou engenheira agrônoma, é um sonho que sempre tive desde pequena, mas não é fácil porque tem que se dedicar para ser alguém na vida, pois sem estudo a gente não é nada…”

Para sempre iremos lembrar dos seus cadernos, bilhetinhos que escrevia, que guardar em uma gaveta era fácil demais, mas não temíamos que com o entulho dessas cartinhas, você ainda poderia fazer barcos de papel, mais e mais….

Mas você não quis mais fazer barquinhos de papel, apenas quis se tornar um anjo e com esses papéis moldou asas… E lembrando daquele instante, hoje parece correr pelos cantos essa menina distante com esta pequena asa que voou para o Céu junto ao nosso Criador, para continuar nos dando o seu brilho: no Sol, na Lua e nas Estrelas.

Para sempre será lembrada nossa querida Maria Eduarda…

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