Hollywood é na Lapa: simultaneamente a cidade é palco para duas produções

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Pela sétima vez o quadro Casos e Causos, da Revista RPC, é gravado na Lapa

O mês de maio de 2012 poderá ser lembrado na história da Lapa como um marco da arrancada definitiva do município rumo a consolidação do polo de produção áudio visual. Pela primeira vez duas produções serão realizadas simultaneamente na cidade. Uma para cinema: “Uns braços”, do diretor Luciano Coelho. E outra para a televisão: Casos e Causos da  revista RPC, o sétimo capítulo já realizado no município nos últimos dois anos.

Para Márcio Assad, coordenador da Lapa Film Commission, a estratégia utilizada pelo poder público municipal e a vontade do povo lapeano em fazer cinema só vem a somar com o maravilhoso cenário preservado da cidade, tornando a Lapa um polo atrativo para as produções. “Nessas duas produções teremos um número recorde de lapeanos trabalhando na produção local e também no auxilio direto à equipe de direção e produção”, afirma Assad.

 FILME “UNS BRAÇOS”

O roteiro de “Uns Braços” é baseado no conto homônimo de Machado de Assis. Machado, o grande gênio da literatura brasileira, com seu estilo personalíssimo, sua ironia fina, seu humor cáustico, a maneira como investigou, experimentou e expôs a alma humana, é até hoje a mais alta expressão da literatura.

A intenção do filme é transpor para a década de 1950 a obra “Uns Braços”, um conto

extraordinário, extremamente poético, no qual Machado de Assis presenteia com uma riqueza impressionante de imagens, gestos, olhares e palavras que, ao fim do conto,  ajudam a compreender em profundidade a alma dos três personagens do filme: Inácio, D. Severina e o Sr. Borges. Pode-se então perceber através de suas vidas a precariedade e a beleza da condição humana.

 

SINOPSE

Durante os anos 1950 o jovem Inácio, de 15 anos de idade, a pedido de seu pai, começa a trabalhar como aprendiz do solicitador Borges. Para tanto, passa a morar junto com Borges e sua esposa, Dona Severina. O rapaz passa a observar, obcecado, os braços nus da mulher.

Ela, depois de haver tratado o rapaz com indiferença, percebe que é amada por Inácio e passa a tratá-lo com carinho e doçura. Num domingo, Inácio deita-se cansado em seu quarto e dorme sonhando com a esposa do solicitador. Este sai de casa e ela vai até o quarto do rapaz e beija-lhe enquanto ele dorme. O beijo real coincide magicamente com o momento em que Dona Severina beija Inácio em seu sonho. Borges retorna no outro final de semana e despede o rapaz. Inácio sai sem entender por que estava sendo despedido, já que nem sequer sabia que havia sido beijado pela mulher do patrão.

 

SOBRE O DIRETOR

Luciano Coelho desde 2003 coordena, ao lado de Marcelo Munhoz, o Projeto Olho Vivo, centro de formação e produção  audiovisual.  Cineasta paranaense, estudou cinema na Escuela Internacional  de Cine y Televisión de Cuba,  participando também do Taller de Dirección de Fotografia Hector Rios, em Santiago do Chile (1996). Realizou o filme de ficção média metragem “O Fim do ciúme” (2002), ganhador de dois kikitos no Festival de Gramado, entre outros prêmios. Na área de documentários estreou com o curta “História de um Passado Perdido” (1998), filmado em 16mm no Chile. Também dirigiu o premiado curta “Vida de Balcão” (2007) e os longas documentais “Pra Ver a Umbanda Passar” (2007), “Música Subterrânea” (2008) e “Caras de um Carnaval” (2010), entre outros. No momento está filmando o documentário “A Linha Fria do Horizonte”, sobre músicos da região platina como Vitor Ramil, Jorge Drexler e Kevin Johansen. Também se prepara para filmar em 2012 seu primeiro longa de ficção, “Um Morte Qualquer”, em parceria com a roteirista

Juliana Sanson.

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