Onde encontrar a Prosperidade?

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Ricardo Xavier

Em que área encontrarei as melhores oportunidades de crescimento? Qual é a região melhor para trabalhar hoje? Que tipo de negócio está bom para ganhar dinheiro? Qual é a receita para o sucesso profissional? – eis algumas perguntas que frequentemente ouvimos de profissionais que se acham em transição de carreira. Há perguntas e divagações também sobre o tempo – o melhor tempo para procurar um novo emprego, o tempo certo para tomar uma determinada decisão. Tudo isso faz lembrar um conto que é um dos clássicos da boa autoajuda, intitulado “Acres de Diamantes”, do Dr. Russel H. Conwell (1843-1925), inspirado intelectual e palestrante americano, fundador da Temple University, conceituada universidade instalada na Filadélfia, Pensilvânia.

“Acres de Diamantes” originou-se de uma palestra que Conwell proferiu centenas de vezes para plateias entusiásticas – e é um clássico da literatura de inspiração. Narra a história de Al Hafed, um próspero e feliz fazendeiro que vivia com a família na antiga Pérsia. Era feliz porque era próspero e era próspero porque era feliz, mas ouviu falar dos diamantes e da riqueza que traziam e desejou possuir uma riqueza muito maior, passando então a sentir-se pobre. Hafed deixou a família e a terra natal e partiu em busca dos sonhados diamantes, mas só colheu decepção e frustração por todo o caminho, vindo a dar cabo de sua vida que se tornou miserável, lançando-se ao mar, em Barcelona, Espanha. Acontece que o sucessor do infeliz fazendeiro um dia descobriu em seu quintal umas pedras duras que brilhavam maravilhosamente à luz do sol, que estavam encobertas até então – uma mina de diamantes!

Entre outros aspectos, a moral da história diz que as pessoas muitas vezes vão buscar longe a prosperidade quando ela está em seu quintal. Para atingir a prosperidade, dizia Conwell, comece onde você está, com aquilo que você é e tem – e agora!

Outro lugar, outra hora:

Um profissional competente da área de marketing, de 45 anos, perdeu seu emprego onde ganhava bem. Ele há alguns anos vem alimentando a ideia de viver por conta própria, como consultor, por julgar que esse tipo de ocupação faria mais sentido à medida que avançasse na idade. Em decorrência do fato de ter perdido o emprego e por ter boas condições em termos de imagem, qualificação e finanças pessoais, é aconselhado a colocar em prática seu projeto agora. Porém, argumenta que não está suficientemente preparado e que deseja ficar mais alguns anos em um novo emprego, adquirindo maior qualificação.

Por que adiar? Comece onde você está, sendo aquilo que você já é (qualificado, experiente e livre para buscar clientes) e tem (condições ímpares, no momento) e agora! Adiar a mudança nada mais é que… fuga, deixar para uma hora imaginária e ainda inexistente do incerto futuro, sem olhar para o aqui agora, para a oportunidade que se têm à mão. Como diz a letra da música de Geraldo Vandré: quem sabe faz a hora/não espera acontecer. O eterno adiamento é um modo de refugiar-se na fantasia, evitando aceitar os desafios da realidade.

O mesmo se dá quando alguém com qualificação em determinada área subestima o próprio potencial e deixa de aceitar um desafio para um novo cargo, interna ou externamente. Isso é, ele tem diante de si a verdadeira mina de diamantes, mas não a percebe ou hesita em explorá-la definitivamente. Ah! Se eu tivesse uma oportunidade! Dirá, olhando para a prosperidade dos outros que souberam aceitar os desafios, e sonhando com os diamantes do quintal alheio. Mas, a sua oportunidade é essa que está diante de seus olhos – aproveite-a! Em vez de ficar buscando diamantes distantes que não existem, é fundamental que o profissional faça um bom inventário de suas próprias forças e adquira a coragem e a motivação para mudar para melhor, aproveitando o vento favorável que o mundo lhe traz.

Seus diamantes!

Antes de partir em busca da prosperidade, é sempre bom perguntar: onde estão os meus diamantes? O que tenho de bom hoje? Quem já desempenhou um cargo de supervisor de marketing com eficiência, que tem um histórico de valor, está habilitado a ocupar uma gerência, na área ou em áreas afins. Esse histórico é um patrimônio a ser explorado adequadamente – é fundamental que o profissional perceba esses “diamantes” de seu quintal. Quem passou dez anos na assistência técnica de uma grande e destacada empresa tem status para montar seu próprio serviço de assistência e conquistar clientes de peso. Esse status é diamante puro. Quem desenvolveu um bom network trabalhando em determinada área certamente poderá achar boas alternativas de negócio em que tal rede de relacionamentos será de grande valia – diamantes de verdade! O profissional que tem um título de mestre e sabe dar aulas tem um tesouro que, bem explorado, poderá garantir-lhe uma vida próspera.

Há uma advertência, entretanto: sonhar com prosperidade incomum, com as distantes minas de diamantes que trarão fortuna extraordinária, faz a pessoa menosprezar o que já tem de bom – e afastar-se da prosperidade em busca da ilusão, que nunca traz bons frutos. É importante descobrir os diamantes que já existem em seu quintal.

 

Ricardo de Almeida Prado Xavier é administrador de empresas, presidente da Manager Assessoria em Recursos Humanos. Este seu artigo foi publicado no site: www.manager.com.br

 

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“Que a tua descrença seja o início do teu recomeço e que a vontade de romantismo seja o princípio do teu sorriso bobo… Aquele que temos quando caminhamos aos domingos sentindo o vento do inverno de maio.”

(Ciré)

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