Dia 25 de outubro: dia do sapateiro

Hoje, na Lapa, 30% das pessoas que levam sapatos para consertar no sapateiro, não voltam mais para buscar.

Um artista que mete a mão onde os outros colocam os pés, essa é uma definição um tanto bem humorada para descrever uma das profissões mais antigas do mundo. No dia 25 de outubro comemorou-se o “Dia do Sapateiro”, profissão que já foi bastante requisitada, mas hoje vive um grande problema e está ficando cada vez mais no esquecimento, muito por conta das novas tecnologias e dos materiais descartáveis com que são feitos os tênis e sapatos atualmente. No entanto, mesmo em decadência, o ramo de sapateiro vai sobrevivendo durante os últimos séculos, sempre passando de geração para geração.

Na Lapa não é diferente, apesar do número de profissionais que trabalham consertando sapatos ter diminuído muito nos últimos anos, ainda sobrevivem alguns sapateiros no município. Um dos mais requisitados da cidade é Luiz Roberto Baggio Azambuja, o Zamba.

Ele conta que aprendeu a nobre arte de consertar sapatos há 25 anos, com o Seu Pedro Bueno, um antigo sapateiro da cidade. Desde então Zamba entrou para a profissão e hoje recebe o auxilio do seu filho Lucas.

No entanto, o sapateiro conta que os dias de hoje não estão fácies para os sapateiros. “Nos últimos 10 anos aconteceu uma queda de 50% nos serviços de sapateiros. Muito por causa dos materiais de baixa qualidade e descartáveis com que são feitos os tênis de hoje em dia”, conta ele.

Outra questão que traz dificuldades para os artistas dos sapatos, e faz com que a profissão vá desaparecendo aos poucos, é que hoje, em razão da menor procura do serviço, eles precisam cobrar um preço muito abaixo do valor justo pelo trabalho. Com isso, cada vez menos pessoas se interessam em aprender a profissão que já foi essencial por muitos séculos, já que antigamente, além de consertar, os sapateiros tinham também que fazer os sapatos.

Hoje a sapataria do Zamba, localizada na Rua Hipólito Alves do Araujo, nº 459, teve que expandir seus negócios e não vive só do conserto de sapatos. “Além dos sapatos temos que vender roupas e artigos para montaria, pois só com o conserto de sapatos não tem como manter a loja”, afirma o proprietário.

Além da redução da procura do serviço dos sapateiros nos últimos anos, Zamba conta também outros dados interessantes sobre a profissão atualmente. Segundo ele, no inverno a procura é muito maior pelos serviços de um sapateiro do que no verão. E mais curioso ainda é que, conforme conta Zamba, 30% das pessoas que levam os sapatos para arrumar nunca mais voltam buscar.

O fato é que a data de 25 de outubro é muito merecida para essa profissão que acompanhou o avanço da humanidade, e hoje tenta se adequar a industrialização em massa dos sapatos. Parabéns a todos os sapateiros.

                                                                                                                                                                                                                                                                                           

Please follow and like us: