Crime ambiental no Rio Iguaçu?

 

Em 2008 o IBGE classificou o Rio Iguaçu como o segundo rio mais poluído do Brasil, só perdendo para o Rio Tietê, em São Paulo. Estudos recentes do professor Ciro Alberto de Oliveira Ribeiro, da UFPR, relacionados à qualidade dos peixes e da água do Iguaçu, apresentaram resultados assustadores.

“A água é completamente comprometida. Foram encontradas alterações no fígado e nas brânquias dos peixes, decorrentes do comprometimento da qualidade da água. Além disso, em alguns locais era difícil coletar o número de peixes suficiente para ter um padrão de confiabilidade na pesquisa, demonstrando como é grande a influência humana nessas águas”, afirma o professor.

Estas constatações, infelizmente, são confirmadas pela população no dia a dia. Foi o que aconteceu no início do mês de novembro, quando os pescadores e os moradores das proximidades do Rio Iguaçu, no trecho acima da foz do Rio Capivari, tiveram a desagradável surpresa de ver milhares de peixes mortos nas águas.

Por mais de uma semana era possível ver e sentir o desagradável cheiro de centenas de peixes mortos nos remansos das curvas do rio Iguaçu, com maior concentração na altura da localidade de Engenheiro Bley. Peixes de diversas espécies, tanto da fauna nativa (pintado, bagre) como exóticos (carpas) e tilápias.

O que podemos fazer para que isso não se repita? O que podemos fazer para, um dia, termos o rio Iguaçu limpo, despoluído? O que aconteceu que acarretou essa mortandade expressiva de peixes?

Algumas suposições sobre as possíveis causas. Pode ter rompido algum tanque de contenção de dejetos tóxicos de indústrias rio acima. Pode ter havido lançamento intencional de dejetos tóxicos no rio. Mas, se isso aconteceu, quem fez? Como evitar que isso se repita? Quem pode fiscalizar? Investigar? Coibir? Educar?

Será que podemos sonhar em termos um rio Iguaçu limpo?

Vale lembrar que o rio Iguaçu tem projeção internacional, pois compõe uma das maravilhas da Natureza.

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A equipe da Tribuna Regional (representada por Aparecido Passarelli e redação) e também da Eco Pesca, estiveram no local e entraram em contato com a Polícia Florestal, denunciando a situação. No entanto, foi repassado pelos policiais que a competência, no caso, seria do Instituto Ambiental do Paraná (IAP). Assim, a denúncia foi encaminhada a este órgão para providências cabíveis.

O rio Iguaçu, além de ter relevância internacional, por conta das Cataratas do Iguaçu, é fonte de abastecimento de cidades como União da Vitória (PR). 

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