Muitas pessoas me elogiaram pelos meus últimos artigos aqui no Ponto de Vista. Mas todos consideraram que realmente eu sonhei demais. Não digo que não… realmente, muita coisa do que escrevi dificilmente sairia do papel – principalmente a questão dos vereadores voluntários. Mas temos que sonhar grande, para realizar pelo menos uma parte. Ainda, para os que sentiram falta dos meus escritos, peço desculpas, mas no mês de novembro estive tão atarefado que nem o anúncio “Planta da Semana” pude fazer.
Esses dias estava lendo na Gazeta sobre o turismo da Lapa. Nada muito agradável. Em suma: temos potencial, mas não sabemos fazer. Daí fiquei comparando a Lapa com outras cidades turísticas que visitei. O objetivo de uma cidade turística é fazer com que os turistas gastem dinheiro e se divirtam ao mesmo tempo. Quanto mais dinheiro deixado na cidade, maior o sucesso. Daí lembrei de minha ida para Porto Seguro.
Basicamente existiam algumas atividades chaves que se repetiam quase que diariamente, e os turistas podiam escolher o que fazer – quase ninguém ficava na praia, onde o gasto é pouco. As atividades as vezes até eram meio fraquinhas, mas tinham sempre um animador que tornava-as divertidas. Ainda, toda parada de turistas tinha já um batalhão de vendedores de souvenires e artesanatos. Fiquei pensando em algumas atividades destas que poderiam ser implantadas na Lapa. Claro, no começo apenas com dias marcados, pois não temos tantos turistas.
Algumas atividades estão praticamente prontas, bastando levar os turistas. Outras tem que ser trabalhadas de alguma forma para se tornarem viáveis. Mas a idéia é a mesma: ter entretenimento para que o visitante fique pelo menos uma semana na cidade, gastando seu dinheiro aqui e ainda se divertindo. Quem organizaria estas ações seria alguma empresa diretamente envolvida naquela ação específica, e disposta a lucrar com o fluxo de pessoas. A prefeitura teria que entrar com a organização para as primeiras levas de turistas, direcionando-os para as atividades existentes.
Como o texto ficou bastante longo, resolvi dividir em duas etapas, a serem publicadas em duas edições deste pequeno grande. Neste primeiro texto está o que já temos pronto (ou quase), e que podem ser aplicadas com um mínimo de esforço. São atividades para pelo menos 4 dias. Na próxima edição publicarei outras que precisam de algum investimento e planejamento maior. Vamos a elas:
Atividade 1 – Roteiro Religioso: Os turistas hospedados nos hotéis da Lapa seriam recolhidos por um ônibus bem cedinho, que levá-los-ia para o Mosteiro Trapista em Campo do Tenente. De lá, poderia tocar para o parque do Monge, com visita à gruta e almoço no parque – servido por algum restaurante aqui da cidade, é claro. Na parte da tarde, uma visita à Matriz e ao Santuário, e finalizar o dia com uma passagem pelo Memorial Monsenhor Henrique.
Atividade 2 – Parque do Monge: Como hoje nosso parque está abandonado, não sei que atividades poderiam ser vinculadas lá, mas a intenção é tratar a questão ambiental e se possível algum esporte de aventura. Se não, atividades como “mini campeonato de pipa”, ou algo neste sentido, para entreter os visitantes.
Atividade 3 – Roteiro Tropeirista: Soube a algum tempo que existe um museu tropeiro na Lapa – se não me engano no Piripau – e que por falha minha ainda não conheço. Uma boa pedida seria levar os turistas a este museu para entenderem o tropeirismo, e em seguida dirigirem-se a algum hotel fazenda (pode ser feito revezamento nos vários que temos na cidade) onde cada turista receberia um cavalo e se dirigiria ao local do almoço, digamos a um ou dois quilômetros de distância. O “tchan” da visita seria justamente o passeio a cavalo, para pessoas que talvez nunca tenham visto um animal destes na vida (sim, isso existe). Almoço com comida típica, é claro. Na volta, novamente a cavalo até o ônibus, e na parte da tarde, visita a pontos históricos da Lapa exclusivamente dedicados ao tropeirismo.
Atividade 4 – Cerco da Lapa: O dia começaria com os turistas
Vejam bem: aqui estão idéias, que precisam ser lapidadas. É ai que entra a criatividade de quem resolver fazer a organização. Digamos que para o Roteiro Troperista algum Hotel Fazenda resolva se adiantar, e oferecer este tipo de atividade, inicialmente com dia marcado, é claro. Já teríamos algo na Lapa. O Roteiro Religioso poderia ser organizado por alguma agencia de turismo local, em parceria com algum restaurante – ou o inverso. Também com agendamento prévio, é claro. A prefeitura entraria com o papel inicial de oferecer esses serviços aos turistas, com bastante antecedência.
Como já disse, na próxima edição teremos outras atividades que
Dartagnan Gorniski é cidadão lapeano e
proprietário da Flora Monte Claro. De vez em
quando aceita ser o “palpiteiro de plantão”.