Prezado Tony,

Se quisermos uma Lapa melhor e feliz teremos de fazer e escrever as coisas com parcimônia, amor e verdade. Não será com agressões, comentários picantes ou insinuações malévolas que construiremos uma Lapa de amor e fraternidade que todos sonhamos. Tem sido característica desta gestão não revidar o mal com mal, uma renovação importante de se fazer política em nossa cidade, onde queremos construir uma Lapa justa e de paz entre seus cidadãos.

Dentro deste espírito quero também responder as acusações e enganosas insinuações de sua carta e coluna, a mim dirigidas. Responderei num espírito parcimonioso, mas com a nítida percepção de que a pior mentira é a meia verdade, pois tergiversa a realidade, tornando uma mentira com aparência de verdade.   

Busquei pelo Ex-Prefeito Furiatti em sua primeira gestão 2003-2007 em busca de ajuda. Nossa estrada até o Lar Lapeano estava péssima, hóspedes reclamavam, colaboradores da região tinham dificuldades de chegar ao trabalho e nos faltava linha de transporte público para nossos funcionários. A reação do Furiatti foi excelente: “Sr. Dieter, assuntos de transporte e estradas é comigo, responsabilidade da prefeitura”.  Daquele dia em diante tivemos boas estradas até a Lapinha. O Lar Lapeano é importante gerador de empregos e impostos para o município. E para que a Lapinha possa desempenhar esta importante função social é necessário que a Prefeitura use um valor ínfimo destes impostos para dar acessibilidade a hóspedes e colaboradores.  Errou o prefeito Furiatti em dar atenção especial às necessidades da Lapinha?  De que você está então acusando a administração atual?

Infelizmente na segunda gestão Furiatti, experimentamos o oposto. As estradas ficaram em péssimas condições. Para muito além dos 1,5 km até a Lapinha, os caminhões chegavam até a ser rebocados por tratores em dias de chuva, crianças deixaram de ir à escola por impossibilidade de trafego dos ônibus escolares. Muito diferente do que você presumiu em sua carta, viajei seguidamente pelo São Bento,  por mais de 30 km, até os confins do Butiá e Rio da Areia, pois tinha lavoura nesses locais. Eu mesmo cheguei a encalhar com meu carro. Sei do que estou falando! O povo do interior se revoltou, sendo esta uma das razões em não ter reelegido o seu prefeito.

Felizmente a nova gestão reassumiu esta responsabilidade com muito empenho e competência. Estradas foram ensaibradas, os bueiros desobstruídos e as valas pluviais aprofundadas. Ainda falta muito, dos  mais de 1000 km vicinais do interior, mas nossas estradas passaram a ter uma qualidade nunca antes experimentada. Somente alguém que não quer ver, deixaria de perceber.  Isto você verá, por exemplo, ao descer pelo Stingle, passando pela Vovó Naná, Colônia Municipal até o Faxinal dos Pretos, ou mesmo seguindo até a Lagoa dos Patos, Carqueja, Palmital, Bonito, etc. Mesmo a referida estrada até o São Bento está em muito melhores condições. Uma coisa é você ter buracos numa estrada bem empedrada e vias pluviais desobstruídas que precisa de manutenção após um período de chuva. Outra é a situação onde você tem lama e encalhadeiras em dias de chuva deixando as estradas intransitáveis. Este é o tipo de jornalismo investigativo e comparativo, honesto, que estou pedindo a você. Hoje hóspedes do Brasil inteiro elogiam a melhoria de nossas estradas. Estamos num novo patamar de qualidade e conservação. Só quem tem memória curta não enxergará estes avanços.

Quanto às suas insinuações e cobranças à minha atuação na Diretoria de Indústria e Comércio, estes foram 5 meses de muito trabalho, ricos e produtivos. Nesse tempo recebi 3 salários de diretor, semelhante ao de assessor da Câmara. Logo de início entendi que um Diretor, para atrair empresas, deveria estar em campo e não sentado detrás de uma escrivaninha. Fomos atrás de empresas em São Paulo, Curitiba em Câmaras de Comércio, FIEP, ACPR, Governo do Estado, fazendo contatos promissores. Verificamos que nossa Lei de incentivo é falha, permitindo que empresa, aqui sim vale o termo fantasma, recebam dezenas de hectares a fundo perdido sem haver realizado um único investimento, fato que aconteceu durante a última gestão. Uma nova e moderna Lei de incentivos foi apresentada recentemente pela Prefeita à Câmara de Vereadores. Quanto aos resultados neste curto período, você lembra de algum anuncio de empresa nos primeiros 5 meses na gestão anterior? Sua cobrança impaciente é descabida! Continuo hoje colaborando com a Prefeitura de forma voluntária, com muita alegria e sem receber um centavo do erário público. Semeamos muito e cremos que a Seu tempo colheremos.

O mesmo erro acontece com sua cobrança de 33% de obras que já deveriam ser vistas hoje. Você lembra, as obras da gestão anterior apareceram praticamente todas no último ano. Se aplicarmos a sua “matemática simples e fascinante” a avaliação do prefeito anterior seria de um desastre total, o que configuraria uma tremenda injustiça! Aplicável será esta sua matemática linear quando  comparamos gestão com gestão, “alhos com alhos”. Nosso povo Lapeano entende este raciocínio comparativo. O que esta e a outra gestão fizeram em seus primeiros 16 meses de gestão? Isto na Saúde, Educação, Estradas, Obras e Desenvolvimento? Sempre teremos problemas e dificuldades, as carências e sofrimento humano são infinitamente maiores que os recursos para a melhoria. Mas comparando dados saberíamos: o quanto o tempo médio de espera para atendimento da UPA já diminuíram. Tenho levado colaboradores da Lapinha para o seu atendimento até em madrugadas, e os funcionários são dedicados, dão o seu máximo para salvar vidas, com todas as limitações típicas de nosso sistema de saúde brasileiro. Importante é compararmos o tempo de espera de agendamento de uma cirurgia ou consulta. Sem dúvida temos hoje um melhor atendimento nos nossos postos de saúde! Mesmo com a ocorrência de infortúnios, você informaria em como a mortalidade infantil caiu enormemente nesta gestão, em como as campanhas de vacinação tiveram sucesso bem acima da média paranaense.  Este seria um jornalismo honesto do qual você está fugindo! Você entende agora o que lhe estou pedindo? Denúncias de precariedades sempre existirão, mas comparativos dariam luz e informariam o leitor melhoras ou pioras.

Finalmente Tony, você está investindo um enorme tempo e dinheiro em sua coluna semanal, que certamente poderia ser mais aproveitado para o bem comum.  Você não deveria, para o bem dos lapeanos, investir estes preciosos recursos não só em críticas e denúncias, mas também em mensagens positivas? Por exemplo, que estas “lamúrias de Mariental”, por você citadas, poderão se transformar em alegria ao ouvirem que suas ruas principais serão em breve asfaltadas? Outra pauta positiva seria, por exemplo, também noticiar que a Lapa foi um dos 36 municípios, dentre os 399 do Estado, que está em dia  com todas as suas obrigações legais e tributárias, sendo um dos poucos aptos a reivindicar recursos  do Governo Federal. Nem poderosas cidades como Curitiba, Londrina e Ponta Grossa  tiveram esta aprovação. A população lapeana ficaria orgulhosa com esta informação.

Por último você cita um provérbio que pessoas poderiam responder com sentimentos odiosos aos que lhes criticam. Diferentemente, posso lhe dizer em minha observação, que esta administração esta aberta a toda crítica, tomando a todo apontamento de falhas ou necessidades como oportunidades de melhoria.  E posso contrapor esse seu provérbio com a oração de São Francisco de Assis: “Onde houver ódio que eu leve o Amor”. Não seria este um paradigma de exercício político que construiria a Lapa que nós desejamos? Posso pedir de você esta atitude construtiva e o abandono de acusações superficiais e meias-verdades que tergiversam fatos e realidade? De minha parte estarei buscando por essa atitude.

Prezado Tony, se levarmos em frente a máxima “olho por olho” nos tornaremos logo uma terra de cegos. Respondi esta carta dentro da prática do contraditório onde estou fazendo uso da minha tréplica. Acho que o correto agora é deixarmos o julgamento por conta do leitor e do povo lapeano.

Forte abraço!

 

Dieter Brehpol é empresário e produtor rural