Lendo a última edição da Tribuna Regional, me deparei com notícias que não me agradaram muito… Elas me fizeram refletir sobre a Lapa que tanto amamos, município pelo qual almejamos o desenvolvimento e o progresso.

As notícias do fechamento da ACLISAM, da mudança de local do Desfile de 7 de Setembro, a reclamação dos moradores do bairro da Cascata, que clamam por melhorias.

A Clinica ACLISAM atende um grande número de pacientes com depressão e outras doenças mentais. E se sabe que cada mudança no tratamento destas pessoas pode representar um grande atraso em sua recuperação. Alguém consultou se esta mudança será melhor ou pior? Ou simplesmente irão mudar, assim como aconteceu com a Clínica da Mulher, que a comunidade conquistou após muita luta? Se a comunidade estivesse unida e houvesse a gestão participativa, primeiro seria apresentada a proposta para os usuários e seus familiares, para depois decidir pela melhor solução. Diante de situações como estas acredito que devemos ficar atentos às ações do poder público e participar. Se não, não temos o direito de reclamar mais tarde.

Essa notícia e as demais citadas me fizeram pensar no quanto várias lideranças da Lapa já doaram seu precioso tempo em projetos e planos para o desenvolvimento do município. Uma dessas pessoas foi o meu falecido marido, Aramis Gorniski. Quantas reuniões foram feitas, quantos horas foram dedicadas a instituições, quantos planos foram elaborados…

Disso tudo, muitas coisas foram feitas, outras não. Hoje estou à frente de diversos projetos, sonhando no dia em que deixaremos um município melhor para nossos netos. Então, parei para refletir: Será que vale a pena?

Sinceramente, não sei até que ponto, pois não vejo real união de lideranças, pensando o bem da Lapa como um todo. Estamos em época de campanha eleitoral e cada grupo político escolhe o candidato que lhe traz mais vantagens. Veja, é essa conclusão a que chego quando percebo que nenhum deles apresenta uma proposta para a nossa cidade. Os nossos líderes apoiam  o candidato que melhor lhe convém.

Acompanho a política da Lapa há mais de 30 anos e o que vejo é que cada grupo político, quando assume o poder, quer implantar um sistema ou projeto novo e, consequentemente, mudar o que já está funcionando. Infelizmente, na maioria das vezes, deixam pior que estava. A população reclama, mas não faz nada, pois não acreditam que podem fazer algo. Acredito que aí está o erro. Se cada lapeano saísse de sua zona de conforto, poderíamos transformar nossa cidade naquilo que sonhamos.

A população tem o poder da decisão, mas, para que isto se aconteça, precisa participar, se doar, deixar de pensar só em si mesmo. Muitas vezes já fui questionada por pessoas sobre não ganhar nada sendo Presidente da Associação Comercial. Acreditam ser perda de tempo, ser um incômodo. A elas respondo que não penso assim. É claro que este tempo dispensado na ACIAL poderia ser ocupado com ocupações com meus familiares, mas não quero passar nesta vida sem ao menos ter tentado uma mudança, uma melhora.

Se o povo estivesse unido, sabendo para onde quer seguir, como quer estar daqui a 10 ou 20 anos, não haveriam mudanças a cada quatro anos. Participar dá trabalho, dá incômodo. No entanto, é a única forma de mudar a realidade.

Já está na hora das lideranças do município se unirem, elaborarem um projeto de desenvolvimento para a Lapa exigindo que os políticos eleitos nos próximos pleitos o sigam (independente do grupo ou partido político). É necessário agir de acordo com o que a comunidade quer na saúde, na educação, no urbanismo, na segurança pública…

Somos nós que elegemos o prefeito, os vereadores, os deputados, o governador, o senador e o presidente. Todos deveriam trabalhar para o povo, pois é com os nossos impostos que são pagos os seus salários e suas benesses (que não são poucas). Somos nós, portanto, os seus patrões. O que, de fato, retorna em nosso benef