TCU vê falhas e quer suspender leilão da BR 476

A rodovia faz o escoamento da produção de carne para os portos de Paranaguá e de Santos
A rodovia faz o escoamento da produção de carne para os portos de Paranaguá e de Santos
A rodovia faz o escoamento da produção de carne para os portos de Paranaguá e de Santos

Estudo do tribunal sobre a concessão da Rodovia do Frango (PR) aponta sobrepreço de R$ 350 milhões no valor do projeto – o primeiro trecho a ser licitado dentro do Programa de Investimento em Logística.

 

Estudo do TCU (Tribunal de Contas da União) sobre a concessão da Rodovia do Frango, no Paraná, aponta falhas na minuta do edital de licitação apresentado pela ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), que aumentam em mais de R$ 350 milhões o valor do cálculo da concessão, impactando no preço final da tarifa a ser cobrada pela concessionária à população.

O processo está nas mãos do ministro Augusto Nardes, o mesmo que recomendou a rejeição das contas da presidente Dilma Rousseff pelo TCU. A análise da auditoria revela que há falhas nos estudos de viabilidade técnica, econômica e ambiental e recomenda a suspensão do leilão da Rodovia do Frango. Os estudos apontam que, enquanto o valor médio do pedágio nas últimas licitações ficou em torno de R$ 3,50, o leilão da Rodovia do Frango deverá iniciar com um valor de mais de R$ 14,00, por eixo. Esse preço vem preocupando os produtores da região.

 

LEILÃO AINDA PARA ESTE ANO

O trecho de 493 quilômetros, que corta os estados do Paraná e Santa Catarina, – nas BRs 476, 153, 282 e 480, entre Lapa e a divisa de SC/RS, passando por Chapecó (SC) – seria o primeiro a ser licitado no pacote de concessões preparado pelo governo federal dentro do PIL (Programa de Investimento em Logística) do Ministério do Planejamento.

Os técnicos da ANTT apontam que a Rodovia do Frango é o trecho mais viável para ser leiloado dentro do programa de concessões do governo e esperavam realizar o leilão ainda neste ano. O trecho é acessado pelo setor pecuário do sul do país, e a previsão do governo era ampliar o escoamento da produção de carne para os portos de Paranaguá, no Paraná, e Santos, em São Paulo.

 

RAIO-X DOS CONTRATOS

De acordo com o estudo realizado pela Secretaria de Infraestrutura do Tribunal, além da minuta do edital elaborado pelo governo apresentar um valor R$ 350 milhões acima da realidade, os técnicos do tribunal fizeram um raio-X dos atuais contratos de concessão das rodovias no país e apontaram inúmeros problemas, entre os quais um desequilíbrio econômico-financeiro em favor das concessionárias.

A análise realizada pelo TCU, precedente ao leilão da Rodovia do Franco, baseada em auditorias nas concessões feitas nas estradas federais do Paraná, apontou falhas nos cumprimentos dos contratos existentes. O TCU constatou que a maioria das concessionárias não executa as obras previstas e, mesmo assim, continua recebendo benefícios do governo.

O processo em andamento no TCU alerta o governo para a necessidade de criar mecanismos a fim de exigir das concessionárias a cobrança da fiel execução dos contratos. Esses desvios estão sendo investigados também pelo Ministério Público Federal no Paraná.

 

 

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