Furiati fala com exclusividade à Tribuna

Furiati - Tudo é importante na Prefeitura. Mas existem as coisas fundamentais, que devem ser prioridade.

Prefeito afirma que, nos primeiros 180 dias, a prioridade serãoSaúde, Ação Social, limpeza da cidade, resolver o problema das obras paradas, e conservação de estradas.

No domingo, 1º de janeiro, Paulo Furiati assumiu o cargo de Prefeito da Lapa. Esta será sua terceira gestão à frente do Poder Executivo lapeano. Para saber mais detalhes a respeito de sua administração, a Tribuna Regional o entrevistou, na tarde de quarta-feira, 4. O Prefeito pediu à população um pouco de paciência, pois não conseguirá resolver tudo de uma vez. Mas, não se furtará de atender as pessoas, tanto que já estabeleceu atendimento ao público nas manhãs (das 9h às 12h) de terça, quarta e quintas-feiras. Na parte da tarde se dedicará a administração interna e às sextas-feiras irá fazer visitas às obras e ao interior. Confira o que disse Furiati.

Tribuna Regional: Com base nas informações repassadas pela equipe de transição, qual a situação financeira atual da Prefeitura da Lapa?

Paulo Furiati: Nós recebemos um documento sobre a situação financeira apenas no domingo, dia 1º de janeiro, durante a cerimônia de posse, mas esse documento não havia sido conferido. Portanto, eu não o assinei e o encaminhei para o setor competente que está fazendo o levantamento do que tem de dinheiro, o que há para ser pago. Não estou fazendo juízo de valor, inclusive falei na posse que se estiver tudo em ordem é melhor. Mas, se não for o caso, encaminharemos para os órgãos competentes.

TR: Tendo em vista sua experiência de dois mandatos na Prefeitura da Lapa, quais serão os principais desafios da gestão 2017-2020?

PF: O desafio é a desordem, no sentido de gestão. Fui visitar as obras e encontrei as obras da rodoviária paradas. Os táxis, por exemplo, estão todos brancos quando a lei determina de outra forma. A maior dificuldade que estou tendo é exatamente no sentido de conseguir organizar um processo mínimo de encaminhamento, para daí começar a trabalhar.

Também há a questão do desemprego. As pessoas estão pedindo trabalho, mas estamos com uma folha de pagamento de 54%. Em toda a minha vida pública nunca peguei uma administração com tamanha desorganização, de todo o processo. Mas a responsabilidade não é dos funcionários, é importante frisar.

TR: Quais serão as primeiras ações de sua gestão?

PF: Tudo é importante na Prefeitura. Mas existem as coisas fundamentais, que devem ser prioridade nos primeiros 180 dias. Irei focar em Saúde, Ação Social, limpeza da cidade, resolver o problema das obras paradas, e conservação de estradas. Não estou dizendo que não vai ter Cultura, a Coxinha de Farofa, por exemplo, vamos analisar como iremos fazer. Há os que dizem que é possível manter a atividade sem colocar dinheiro, mas ainda iremos analisar.

TR: Como está a busca de recursos para a Lapa? Para quais áreas serão destinados?

PF: O Deputado João Arruda comunicou que havia uma emenda parlamentar no ano de 2016 e a ex-prefeita cadastrou no sistema de convênios. O recurso foi aprovado e agora está garantido para fazer a reforma do cinema. Serão R$ 400 mil destinados para iniciar as obras da reforma do telhado, que é o mais urgente. Também há o recurso para pavimentação. Falei com o Deputado Alexandre Curi, pedindo auxílio para que o Governador Beto Richa assine a liberação de R$ 4 milhões para pavimentação asfáltica na Lapa. Agora dia 9 acontecerá a assinatura, no Palácio do Governo. O deputado estadual Hussein Bakri se comprometeu a destinar R$ 1 milhão para fazermos os uniformes escolares. É um recurso importante, pois temos cinco mil alunos. No primeiro ano pretendo dar para todos, depois vamos ver como iremos administrar.

A regra que estou estabelecendo é de buscar apoio político, tendo em vista o ano eleitoral no ano que vem. Temos vários partidos que me apoiaram, a Lapa tem mais de 30 mil eleitores. Então o povo da Lapa deve prestar atenção em quem está destinando recursos para o município.

Em relação às obras paradas, dos asfaltos, falei com a empresa responsável no Esplanada, Montreal, Vila São José e Jardim Primavera. Como é visível que não há condições de continuarem as obras, pois a empresa apresenta dificuldades, temos dois caminhos: ou fazemos de forma amigável, cancelamos o contrato e fazemos uma nova licitação – mas isso demora, podendo ficar tudo resolvido no final do ano; ou brigamos, e aí pode levar anos para ter uma solução. Pelo jeito, a solução será de forma amigável. Essas obras do asfalto, então, acredito que até o final do ano os moradores terão o seu asfalto, se tudo correr bem. Quanto à rodoviária já determinei que se diminua o orçamento onde não é prioridade, principalmente a parte superior. Deve ser reformada primeiramente no andar inferior, emergencialmente e quando for viável, a parte de cima será concluída, com todo o conforto.

E agora aproveito para comunicar os fornecedores que tudo o que é devido será pago. Mas tem coisas que são fundamentais, como saúde, educação, merenda, transporte… Essas coisas terão prioridade, mas todos vão receber.

TR: Cargos em Comissão – como atuará para suprir a necessidade, mas não afetar o orçamento?

PF: Temos áreas fundamentais que precisam de pessoas experientes. Se fui um bom prefeito na gestão passada, não fui sozinho, contei com o apoio dos funcionários de carreira e de nomeação. Então, agora, inicialmente precisei reduzir de nove para sete Secretarias, reduzi o número de cargos nomeados, nomeei para os cargos pessoas já com experiência… Se eu conseguir reorganizar tudo, baixar os índices, até é possível que eu venha trazer mais pessoas, de forma transparente. Mas, neste momento não é possível mesmo! Porque existe um índice de pessoal e este índice está em 54%.

TR: Quanto à questão de incentivo à vinda de empresas para a Lapa e a vinda da Eletrolux, o que tem a dizer?

PF: Os gestores da Eletrolux deixaram claro que recuaram em investir na Lapa, neste momento, em virtude da crise nacional. Mas, a partir do momento que decidam investir na ampliação da empresa, o investimento está certo de acontecer na Lapa. Ao lado, há a Biodiesel, que está com um projeto pronto de uma unidade, de R$ 60 milhões, e precisa de uma área nas proximidades. Então, irei analisar como iremos fazer para que a Lapa receba investimentos, beneficiando a população. Temos uma grande empresa, que não tem data certa para vir. E temos uma empresa, perto da Eletrolux, que pode ser considerada pequena, mas que tem projeto e data para investir. Queremos as duas aqui, então temos que analisar como faremos para atender de forma adequada e fomentar o desenvolvimento da Lapa.

No final de janeiro, também, virá a Lapa o presidente da MD Papéis para conversar. Quando ele vier saberemos se a intenção é de instalar a empresa no município. Eles já possuem terreno na Lapa, basta saber agora se irão realmente investir na cidade. É uma empresa limpa, que processa a celulose fora. Aí pode vir uma boa notícia, com a vinda do presidente à Lapa. Vamos aguardar.

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