Há dezenas de anos as ruas da Lapa eram de barro, o que facilitava a vida dos passarinhos João de Barro fazerem suas casinhas nas cunheiras das casas e nos postes de luz.

Como sempre gostei da vida primitiva, dos encantos da natureza, ficava então observando os animais, pássaros, e a decifrar seus cantos.

Como sou poeta, tenor de ópera (que exibido!!!), decifrava a declaração de amor do canto do passarinho João de Barro…

Assim ele cantava “Qui, qui-riri, qui, qui”, falando para sua amada passarinha “eu te amo, você é o maior amor da minha vida…Minha querida passarinha Joana de Barra. Vou fazer uma casinha de barro para nós dois nos amarmos no caminho da vida, criarmos nossos filhos e darmos 78 beijos por dia. E, dentro da casinha, você fazer o teu ninho, chocar os ovinhos e sermos felizes para sempre. Esta casa é uma casa pequenina, mas cabe um amor tão grande quanto o sonho de uma declaração. Querida passarinha, você é o encanto da minha vida e esta casinha é o que dou a você, junto com meu amor. Qui, qui, quirirí, qui, qui”.

*Abdalla João Dardaque- Cidadão Honorário da Lapa