Colocar-se no lugar do outro: Posição que ajudaria a solucionar inúmeros problemas da sociedade e seria uma das sugestões para promover melhorias na acessibilidade.
Como é caminhar pelas ruas da Lapa? Esse foi o título usado na matéria do mês de maio de 2017, na edição de número 1953 do semanário da Tribuna Regional. E de lá para cá, o que mudou? Voltamos ao mesmo assunto para ver como anda nossas calçadas, ruas e paramos um pouco para ouvir e sentir o que as pessoas idosas, mães com crianças, cadeirantes, pessoas com deficiência física, visuais, enfim o que estas pessoas enfrentam quando caminham pelas ruas e calçadas de nossa cidade.
Para entendermos melhor do assunto, temos que falar de Acessibilidade, que consiste na possibilidade de acesso a um lugar; significa não apenas permitir que pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida participem de atividades, mas a adaptação e eliminação de barreiras.
As calçadas são os ambientes mais democráticos que temos, pois propiciam as atividades econômicas. A questão é que esses espaços conforme determinam as leis, são de responsabilidade do proprietário do imóvel e talvez por conta disso nos deparamos com as mais diferentes situações, como pisos inadequados, degraus alguns altos outros baixos, raízes de árvores, falta de rampas de acesso. São pessoas com limitações ou não, que muitas vezes pela péssima condição das calçadas caminham pela rua, opção perigosa por conta do grande número de veículos que trafegam na cidade, mas muito das vezes mais segura pela falta de calçadas adequadas e acabam sendo vítimas de acidentes.
Acessibilidade para pessoas com deficiência: o que prevê a constituição?
A Constituição prevê a igualdade material entre todos, assim sendo, é de responsabilidade do governo criar condições capazes de fazer com que as pessoas que enfrentam situações desiguais consigam atingir os mesmos objetivos. Para isso, o Estado se coloca como promotor dos direitos individuais e sociais, e faz isso por meio de políticas públicas de inclusão das minorias e dos mais vulneráveis, seja por questões financeiras, econômicas e sociais, ou, por limitações motoras ou emocionais.
PRINCIPAIS AFETADOS
Os principais afetados por esta falta de cuidados com as ruas e calçadas são idosos, pessoas com mobilidade reduzidas, cadeirantes e mães que precisam levar seus filhos a diversos lugares com carrinhos de bebê, por exemplo.
Gleici Morais de Paula é comerciante e comenta sobre a dificuldade que sente, não só no centro, mas também no bairro onde mora, pela falta de calçadas. “No centro as calçadas são ruins, mas ouve uma melhora, já no bairro onde moro está difícil, não tem calçada e pela rua é bastante complicado, tendo em vista que a rua está em fase de pavimentação, as pessoas de mais idade não conseguem passar, minha vó tem 92 anos e é um perigo para ela andar ”, relatou Gleici.
Para Cledson Szarnescki, que tem duas próteses no quadril, “não somente as calçadas, mas os espaços públicos, muitas lojas não oferecem condições de acesso para pessoas com deficiência, além dos estacionamentos de veículos, pessoas que desrespeitam e usam as vagas do idoso e do deficiente sem portar nenhuma necessidade especial”.
Ele relatou a dificuldade que ele enfrenta diariamente para se locomover na cidade, “na questão das calçadas, ao caminhar pela rua Barão do Rio Branco por exemplo, a situação é péssima, as pessoas com deficiência têm que andar pela rua, e as ruas com paralelepípedo dificultam ainda mais a mobilidade”.
O QUE DIZEM
Procuramos o Diretor de Obras e Aviação e Urbanismo da Prefeitura da Lapa, Paulo Janz, o qual nos relatou que está em andamento no setor de engenharia da Secretaria de Obras, a elaboração um projeto propondo melhorar a mobilidade e acessibilidade do pedestre pelas calçadas da cidade. A conclusão do projeto está prevista para os próximos meses.
Segundo ele, as calçadas do centro histórico requerem um material especifico aprovado pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) para sua manutenção e o órgão ainda não deu um retorno sobre a possibilidade de uma segunda opção de material, acessível aos comerciantes para realizarem os reparos necessários.
Já para quem pretende construir uma calçada, Paulo Janz destacou que há na Secretaria de Obras um Engenheiro pode orientar os moradores e comerciantes sobre como construírem as calçadas de acordo com alguns parâmetros que promovam melhor acesso e segurança ao pedestre.