A nova esmagadora de soja do grupo Potencial, cujas obras começaram no fim de junho de 2023, está recebendo investimento de R$ 1,7 bilhão.
Investimentos de quase R$ 5 bilhões feitos por cooperativas e grupos empresariais do Paraná, que já é um dos maiores produtores de soja do Brasil, consolidam o Estado como um dos principais polos de industrialização deste produto. A estratégia adotada por cooperativas e empresas busca agregar mais valor aos produtos, o que beneficia toda a cadeia produtiva e alavanca a economia estadual. Enquanto a maior parte do grão in natura é destinado para exportação para a China, União Europeia e Oriente Médio, uma crescente parcela da soja passou a ser processada no Estado, transformando-se em derivados como óleo, farelo, biodiesel e outros produtos de alta qualidade para consumo humano e animal. No Paraná, este processo está sendo liderado pelas cooperativas paranaenses e outras grandes empresas do segmento.
MAIOR DO BRASIL –Localizada na Lapa, a nova esmagadora de soja do grupo Potencial, cujas obras começaram no fim de junho de 2023, está recebendo investimento de R$ 1,7 bilhão. A esmagadora está sendo construída no Complexo Industrial do Grupo Potencial, junto à usina de biodiesel da companhia, que é a maior do Brasil e a terceira maior do mundo. “Hoje, a maior matéria-prima usada na produção do biodiesel é o óleo de soja, que corresponde em torno de 80% a 85%, sendo a maior parte dela originada dentro do Paraná”, disse o vice-presidente Comercial, Operacional e de Relações Institucionais do Grupo Potencial, Carlos Eduardo Hammerschmidt.
Este é o maior investimento dos próximos anos do grupo, que se projeta para tornar-se um dos líderes mundiais do setor de esmagamento. Após a sua conclusão, a planta terá capacidade de processar cerca de 3.,5 mil toneladas de soja por dia, ou 1,15 milhão de toneladas por ano a partir de 2025. Com a ampliação, a Potencial continuará adquirindo óleo de soja pronto de outros fornecedores, mas a esmagadora será responsável por quase metade da principal matéria-prima da usina.
Estão sendo construídos dois silos para armazenamento de soja, com capacidade de 150 mil toneladas cada, e outro silo, com capacidade de 100 mil toneladas, para armazenar o farelo, um dos resíduos da extração do óleo, que pode ser utilizado na produção de ração e outros produtos e será comercializado nos mercados interno e externo.
Por meio de um acordo com o Governo do Estado para descontos no Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), o grupo Potencial pavimentou parte das vias urbanas do entorno da usina e da futura esmagadora. Após a sua conclusão, estão previstos novos pavimentos no contorno da área do completo e a construção de um terminal ferroviário para ligar a planta com a linha férrea que vai até o Porto de Paranaguá. Atualmente, somente a usina de biodiesel do Grupo Potencial recebe em média 70 caminhões carregados com até 60 mil litros de óleo de soja cada diariamente. Segundo o gerente-geral da Divisão Industrial da Potencial, Robson Rodrigues Antunes, todas as cargas que chegam passam por um controle de qualidade rigoroso para passarem pelo processo que as transformará em biodiesel.
Os laboratórios da empresa são certificado pelo Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial) e credenciado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o que permite que a equipe certifique a própria produção e preste serviços para outras indústrias, usinas e distribuidoras. Segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), o consumo de soja no país deverá aumentar de 6 milhões de toneladas em 2024 para 11,1 milhões de toneladas em 2030, em parte por causa dessas mudanças legais. O crescimento também impactará a projeção de esmagamento de soja, que poderá chegar a 55,8 milhões de toneladas em 2030.