Até quando a cidade vai esperar por soluções definitivas e planejadas no trânsito? Há mais de dois anos foi aprovada a Lei Municipal 4000 que institui o Estacionamento Rotativo, mas até hoje a lei continua engavetada e padecendo de regulamentação para se tornar efetiva.
O município da Lapa vive há anos um dilema que afeta tanto motoristas quanto comerciantes: a ausência de um planejamento eficaz para o trânsito e a ocupação das vagas de estacionamento na área central. Mesmo com a promulgação da Lei Municipal nº 4000, sancionada em 19 de setembro de 2022, que previa a implantação do Estacionamento Rotativo Pago, a situação permanece inalterada. A regulamentação, que deveria ter sido feita por Decreto em até 90 dias, conforme estabelecido no artigo 14 da lei, nunca foi efetivada.
Uma Solução Engavetada
A proposta de um Estacionamento Rotativo Pago visava organizar o uso das vagas nas vias e logradouros centrais, promovendo a rotatividade necessária para que clientes pudessem acessar os comércios locais. Contudo, dois anos após a sanção da lei, a falta de regulamentação expõe a inércia da administração municipal, liderada pelo prefeito Diego Timbirussu, em enfrentar a questão com a seriedade que ela exige.
Com a atual ausência de rotatividade, as vagas disponíveis são, na maior parte, ocupadas por funcionários das lojas e escritórios durante todo o expediente. O resultado é o prejuízo aos comerciantes, que veem seus clientes desistirem de realizar compras por não encontrarem vagas próximas às lojas.
O Problema das Lombadas
Outro ponto que agrava a situação do trânsito na cidade é a instalação indiscriminada de lombadas, muitas vezes em locais inadequados. Essas intervenções, realizadas sem estudos técnicos claros ou consulta popular, têm contribuído para a lentidão no tráfego e a insatisfação dos motoristas. Para os comerciantes, a dificuldade de acesso é mais um fator que afugenta consumidores e agrava os desafios econômicos da área central.
Ausência de Planejamento Inteligente
A problemática do trânsito da Lapa não se resume apenas à falta de um estacionamento rotativo ou à instalação de lombadas sem critério. A ausência de um planejamento sério baseado em engenharia de tráfego e na implantação de soluções inteligentes para a fluidez do trânsito tem deixado a cidade refém de improvisos e decisões pontuais. Medidas como o uso de tecnologia para controle do fluxo de veículos, a otimização dos sentidos das vias e a criação de alternativas viáveis para o transporte público poderiam minimizar os problemas enfrentados pela população. No entanto, essas ações ainda parecem distantes da realidade atual.
Inação ou Medo Político?
A demora na implantação do Estacionamento Rotativo não pode ser justificada apenas por dificuldades técnicas. Para muitos, a hesitação do prefeito Diego Timbirussu reflete um receio de desagradar setores contrários à medida, seja entre comerciantes mais resistentes à cobrança de estacionamento, seja entre amigos ou apoiadores políticos. Essa postura de inanição levanta questionamentos sobre as prioridades da gestão municipal e seu comprometimento com o bem-estar coletivo.
Adotar medidas que resolvam problemas urbanos, como o trânsito, exige coragem e visão de longo prazo. No entanto, a impressão que fica é que o prefeito opta pelo caminho mais seguro politicamente, mesmo que isso signifique ignorar as necessidades da população e o desenvolvimento da cidade.
Prejuízos Econômicos e Sociais
A falta de ação impacta negativamente a economia local, especialmente os pequenos comerciantes que dependem de um fluxo constante de clientes. Além disso, a desorganização no trânsito torna a experiência de frequentar o centro da Lapa frustrante para moradores e turistas, prejudicando também o setor turístico, que é vital para a cidade histórica.
A ausência de um estacionamento rotativo não é apenas um problema de logística, mas também um reflexo da falta de planejamento urbano e gestão eficiente. Ao negligenciar a implantação da lei e ignorar soluções modernas de engenharia de tráfego, a administração municipal envia uma mensagem clara: a resolução dos problemas coletivos não é uma prioridade.
O Futuro em Xeque
A cidade da Lapa, com seu rico patrimônio histórico e potencial turístico, merece uma gestão comprometida com o desenvolvimento e com o bem-estar de sua população. Para isso, é fundamental que o prefeito e sua equipe assumam a responsabilidade de implantar soluções práticas e eficazes, como o Estacionamento Rotativo Pago, e revejam outras ações, como a instalação inadequada de lombadas.
Sem coragem política, planejamento técnico e compromisso com o interesse público, a Lapa continuará refém de problemas evitáveis que, somados, tornam a vida na cidade mais difícil para todos. A pergunta que fica é: até quando a população terá que esperar para que a gestão municipal saia da inércia?