
Parque do Monge sofre com inação da gestão pública desde que foi transformado em Unidade de Conservação Ambiental. Muita conversa e pouca resolução de problemas.
O deputado Luiz Cláudio Romanelli (PSD) defende a inclusão do Parque Estadual do Monge, no Programa de Parcerias do Paraná. A iniciativa busca conceder patrimônios naturais e culturais à iniciativa privada para garantir sua preservação e fomentar o turismo. Romanelli visitou o parque na última sexta-feira (7) e destacou a importância de revitalizar a unidade de conservação. “Temos que retomar o programa de concessão dos parques. O caso de Vila Velha mostrou que essa é uma solução eficiente, atraindo turistas de todo o Brasil e do mundo. A concessão do Parque Estadual do Monge também precisa ser retomada para impulsionar o turismo na Lapa”, afirmou.
Parque do Monge: uma incógnita
Desde 2007, o Parque Estadual do Monge tornou-se uma unidade de conservação ambiental, acumulando 15 anos de indefinição e promessas sem resolução. Criado por lei estadual em 1976, o espaço era voltado ao lazer e à visitação religiosa, recebendo dezenas de ônibus de romeiros nos finais de semana. O local contava com restaurantes e churrasqueiras, sendo um ponto de encontro para visitantes de diversas regiões.
Com a transformação do parque em unidade de conservação pelo IAP (atual IAT), a vegetação não-nativa foi removida, e estima-se que a madeira retirada tenha rendido milhões de reais. No entanto, apenas R$ 300 mil retornaram para readequar o espaço. Restaurantes foram demolidos, churrasqueiras removidas e diversas restrições foram impostas, descaracterizando a experiência turística tradicional do parque.
Integrantes do Conselho Consultivo do Parque do Monge relatam que suas sugestões são ignoradas pelos responsáveis pela administração do espaço, que segue sob responsabilidade do IAT. O governo estadual propõe conceder o parque à iniciativa privada, a exemplo do Parque Estadual de Vila Velha. No entanto, a última tentativa de licitação foi deserta, sem empresas interessadas na gestão do local.
Abandono e vandalismo
Em 15 de janeiro de 2021, a prefeitura municipal retirou as cancelas da entrada do parque, permitindo o livre acesso dos visitantes. No entanto, a falta de um convênio formal entre o estado e o município resultou na ausência de uma gestão efetiva do espaço. O vandalismo tem se tornado um problema recorrente, afetando a infraestrutura do parque e o prédio que deveria servir como receptivo turístico.
Além disso, a estrada que liga a cidade ao parque encontra-se em condições precárias, tornando o acesso difícil e desestimulando visitantes. Em 2021, diversas promessas foram feitas sobre a revitalização do parque, sua municipalização e melhorias na infraestrutura viária, mas até o momento nada foi concretizado.
Patrimônio natural e histórico
Com 371,6 hectares de área preservada, o Parque Estadual do Monge é uma unidade de conservação administrada pelo Instituto Ambiental do Paraná e está localizado a três quilômetros do centro da Lapa. Criado em 1960, o parque é reconhecido por sua relevância biológica e cultural, abrigando diversas vertentes e quedas d’água, além de uma fonte de água natural.
O principal atrativo do local é a Gruta do Monge, onde, segundo registros históricos, viveu o monge ermitão João Maria D’Agostini entre 1847 e 1855. Dedicado ao estudo de plantas medicinais, ele realizava orações públicas e auxiliava enfermos, tornando-se uma figura religiosa de grande relevância para a região.
Romanelli ressaltou a necessidade de expandir o turismo na Lapa, valorizando suas potencialidades naturais e culturais. “Precisamos fortalecer o turismo religioso, o ecoturismo e o turismo rural. A concessão do Parque Estadual do Monge é um passo essencial para isso, garantindo uma gestão mais eficiente e uma melhor experiência aos visitantes”, concluiu o deputado.


