
Entre estatísticas duvidosas e milagres, o parque lapeano entra para o hall dos mais visitados do país (pelo menos no papel)
Se você achava que o Parque do Monge era apenas um bosque simpático com uma bela vista e uma fonte milagrosa, pense novamente. De acordo com um levantamento do Instituto Semeia, o local registrou nada menos que 83.871 visitantes em 2023, garantindo seu lugar entre os parques estaduais mais visitados do Brasil. Só tem um pequeno detalhe: ninguém sabe exatamente como essa contagem foi feita.
Afinal, se há algo que não existe no Parque do Monge é um controle efetivo de entrada. O acesso ao parque é liberado por um único guardião, cuja função principal é abrir e fechar os portões. Não há catracas, ingressos, bilhetes ou contadores automáticos. Aliás, muitos lapeanos que fazem caminhada até o parque sequer são abordados para registro. Mas, segundo os números oficiais, o parque teve mais visitantes do que destinos turísticos consolidados de outras partes do país. Interessante, não?
Comparação injusta? Só um pouco!
O Parque do Monge foi colocado na mesma lista que a Ilha do Mel, um verdadeiro paraíso litorâneo que atrai hordas de turistas todos os anos. A Ilha, que teve 172.952 visitantes em 2023, segue como um dos principais destinos do Paraná. Diferente do Monge, ela tem estrutura turística, hotéis, restaurantes, praias paradisíacas e até um farol histórico. Enquanto isso, na Lapa, os atrativos são algumas trilhas (nem todas em boas condições), um bosque e a famosa Gruta do Monge, onde devotos deixam flores e velas.
Ah, e não podemos esquecer das trilhas prometidas que nunca saíram do papel, além do caminho para a Pedra Partida, que desabou há mais de um ano e continua interditado. Mas nada disso impediu que o Parque do Monge se tornasse um fenômeno estatístico.
De onde saíram esses números?
A pergunta que não quer calar: como o Instituto Semeia chegou a essa quantidade de visitantes? Foi por telepatia? Alguma tecnologia revolucionária que detecta turistas espirituais? Só podemos especular.
Se voltarmos algumas décadas, antes do parque ser transformado em Unidade de Conservação, era comum ver dezenas de ônibus de turismo estacionados na entrada. Hoje, essa movimentação se reduziu drasticamente, mas, de alguma forma, os números oficiais dizem o contrário. Talvez o monge João Maria tenha feito um milagre estatístico – afinal, ele já fazia curas milagrosas, por que não manipular números também?
Conclusão
O Parque do Monge continua sendo um ótimo lugar para um passeio tranquilo, uma vista bonita e um pouco de história. Mas compará-lo à Ilha do Mel? Convenhamos, isso é covardia!
Resta saber se, no próximo levantamento, o parque não vai aparecer à frente das Cataratas do Iguaçu. Afinal, se é para contar visitantes de forma misteriosa, que seja para ganhar o topo do ranking!
Leitores reagem: Parque do Monge lotado? Nem em sonho!
A matéria sobre a suposta multidão que teria visitado o Parque do Monge em 2023 causou uma verdadeira avalanche de reações. Entre indignação, ironia e boas doses de sarcasmo, os leitores não deixaram barato. Afinal, segundo o governo, o parque estaria quase tão movimentado quanto a Ilha do Mel. Só esqueceram de avisar os próprios visitantes!
Elisandro Rocha resumiu bem o sentimento geral: “E a mentira dos políticos? Essa história do Parque do Monge tá parecendo pegadinha de 1º de abril!” Já Paulo Elizângela Pimentel complementou com uma crítica sobre a gestão municipal: “Comissionados são contratados, mas profissionais essenciais como fonoaudiólogas têm que atender várias crianças ao mesmo tempo.”
Para Jurandir Souza, a realidade é bem diferente do que dizem os números oficiais: “Sempre que visito a Lapa, passo no Parque do Monge. O que eu vi? Um deserto. Não mais que 20 pessoas num domingo à tarde com tempo bom!” Já Márcio Assad trouxe um relato ainda mais frustrante: “Pedi providências sobre o parque. A resposta? ‘Temos que ter paciência’. Paciência? Depois de duas décadas de abandono?”
O tom cético também ficou evidente nos comentários de Francisco Carlos Domingues: “Sério que alguém teve coragem de divulgar esses números? Com certeza não é deste lugar que conhecemos! Isso é uma falácia em pleno dia da mentira.” Gustavo Pierin fez as contas e percebeu algo estranho: “A Lapa tem uns 45 mil habitantes, certo? Para essa conta fechar, é como se 41.500 pessoas tivessem visitado o parque duas vezes no ano. Rs.”
Enquanto isso, outros leitores destacaram o estado de abandono do local. “Até medo dá de ir lá. Só se fala de bichos peçonhentos!”, alertou Soeli Osni. Janete Mildemberger confirmou: “Já vi cascavel na escada e até jararaca perto da cruz.”
Por fim, alguns leitores adotaram o espírito do 1º de abril com bom humor. “É verdade esse bilhete”, brincou Ana Lia. Já Zenilda Ferreira foi mais direta: “Mentira!”. E Vera Lucia Machado Lourenço resumiu o sentimento coletivo: “O Monge está abandonado há anos!”
Diante dessa enxurrada de comentários, fica a dúvida: será que o governo vai insistir na história dos 83 mil visitantes? Ou vão alegar que o Monge fez um milagre e multiplicou turistas?


