
Com união, talento e representatividade, o time feminino da Lapa vem brilhando no campeonato de Araucária e mostrando que futebol também é lugar de mulher
Em um cenário onde o futebol ainda é, muitas vezes, visto como território masculino, o Lapeanas F.C. desafia estereótipos e mostra, dentro e fora de campo, que o esporte é de todos — e todas. Formado há cinco anos por um grupo de amigas apaixonadas por futebol, o time carrega com orgulho o nome da cidade de Lapa e vem conquistando não apenas troféus, mas também o respeito e admiração de quem acompanha sua trajetória.
Atualmente disputando o campeonato de Araucária, um dos mais competitivos da região, as Lapeanas enfrentam grandes equipes em uma competição com 15 participantes. Mesmo com uma rodada a menos que as demais, o time ocupa a 5ª colocação, com desempenho consistente e muita determinação. “A gente joga com o coração. Cada partida é uma chance de mostrar quem somos, de onde viemos e até onde podemos chegar”, afirma Camila Tayna, meio-campista de 25 anos e uma das líderes do grupo.
Para Camila, o que a motiva não é apenas a competição: “É a união do time. O apoio que a gente recebe uma da outra me faz dar tudo de mim em campo, mesmo nos dias difíceis. Não é só futebol, é sororidade.” Essa união é visível também na postura da equipe fora das quatro linhas. As jogadoras cultivam laços de amizade profundos que se refletem no entrosamento dentro de campo — e é aí que mora a força do Lapeanas F.C..
Para a estreante Lívia Schebeuka, de 17 anos, essa experiência tem sido transformadora. “É tudo muito novo para mim. Jogar fora da cidade, enfrentar equipes diferentes… é desafiador e incrível. O que mais me marcou foi perceber o quanto o futebol feminino é intenso, vibrante, cheio de raça. Mudou minha visão do esporte”, contou a jovem revelação do time.
Veterana no grupo, Paula Sgode, de 36 anos, acompanhou toda a evolução da equipe desde sua criação. “A gente cresceu junto. Enfrentamos de tudo, passamos por altos e baixos, mas sempre mantivemos o foco e o carinho umas pelas outras. Hoje, temos uma equipe forte e madura. Como a Fernanda costuma dizer: somos uma família”, destaca com orgulho.
Na retaguarda, a segurança tem nome: Bruna Eduarda Bach, goleira de 25 anos, é uma das responsáveis por manter a consistência defensiva da equipe. “A defesa começa na comunicação. Em campo, estou sempre atenta para alertar as jogadoras sobre a movimentação adversária. E quando algo dá errado, a gente se apoia. Ninguém solta a mão de ninguém. Fora do campo, nossa amizade fortalece ainda mais o trabalho coletivo.”
Mais do que vitórias, títulos ou classificações, o Lapeanas F.C. representa resistência, coragem e inclusão. Para Luciana Sgode, cada jogo é uma chance de inspirar. “É muito gratificante fazer parte dessa geração. A gente sabe o quanto a representatividade importa. Hoje, meninas da cidade olham pra gente e veem que também podem jogar, competir, sonhar.”
Enquanto lutam por mais uma vitória em Araucária, as Lapeanas seguem firmes em seu propósito: representar a cidade com orgulho, promover o futebol feminino e quebrar barreiras. Que venham os próximos jogos — com garra, com raça, com mulheres incríveis fazendo história, uma partida de cada vez.
