
Evento gratuito mobilizou comunidade acadêmica e profissionais da região com debates sobre saúde, educação e direitos das pessoas com TEA
A cidade da Lapa (PR) foi palco de um importante movimento em prol da inclusão e da conscientização sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA). Nos dias 29 e 30 de abril, o campus da Unifael sediou o 1º Circuito de Palestras sobre o NATEA (Núcleo de Atendimento à Pessoa com Transtorno do Espectro Autista), reunindo especialistas, estudantes, professores, familiares e profissionais das áreas da saúde, educação e direito.
A programação contou com quatro palestras que abordaram o TEA sob diferentes perspectivas, promovendo a troca de experiências e o aprofundamento de temas urgentes e ainda pouco debatidos na sociedade. O evento marcou não apenas a inauguração oficial do NATEA, como também um novo posicionamento da instituição: ser um polo regional de produção de conhecimento e práticas inclusivas.
Na abertura, os advogados Roberto Kosop e Waldemar Schnepper discutiram os “Tratamentos Alternativos pela Perspectiva Jurídica”, chamando atenção para os desafios legais enfrentados por famílias e profissionais ao buscar terapias fora dos métodos tradicionais. Ainda no primeiro dia, a psicopedagoga Ana Carolina Prevedello e o psicólogo Cleverton Kossoski analisaram o papel da psicologia no acompanhamento de pessoas com TEA.
Já no segundo dia, a vereadora Camila Scheffer trouxe um panorama sobre as políticas públicas voltadas à inclusão na Lapa, destacando avanços, lacunas e a necessidade de um diálogo contínuo entre poder público e sociedade civil. Em seguida, a fonoaudióloga Crislaine Gueber encerrou o circuito com a palestra “Compreender o autismo para incluir”, reforçando a importância da formação continuada dos profissionais que atuam diretamente com o público autista.
Para o gerente do campus, Roberto Kosop, o evento é apenas o início de uma proposta mais ampla. “Estamos inaugurando o NATEA com este circuito, mas a ideia é muito maior: queremos construir uma clínica de atendimento integrada aos cursos de psicologia, odontologia, farmácia e terapia ocupacional. A formação profissional aqui precisa ir além da sala de aula e se conectar com as reais demandas da comunidade”, afirmou.
Kosop ainda destacou o caráter aberto e participativo da iniciativa. “Não faria sentido promovermos um ensino presencial desconectado da região. Nosso compromisso é com o desenvolvimento local, e isso passa por eventos de portas abertas, com a presença ativa de profissionais da Lapa e municípios vizinhos como Contenda, Mariental e Porto Amazonas.”
Com auditório cheio nos dois dias, o circuito também cumpriu um papel simbólico: o de mostrar que, com informação de qualidade e diálogo acessível, é possível fortalecer uma rede de apoio em torno das pessoas com TEA. A Unifael reafirma, assim, seu compromisso social e se posiciona como uma aliada na construção de uma sociedade mais empática, acolhedora e inclusiva.
O sucesso da primeira edição abre caminho para futuras ações voltadas ao tema. Segundo a coordenação do evento, novas atividades formativas estão previstas ainda para este ano, reforçando o protagonismo do NATEA como um espaço de escuta, orientação e transformação real na vida de famílias e profissionais da região.

