A cidade da Lapa vive uma carência de eventos voltados à juventude. E aqui, juventude não se restringe apenas aos mais novos, mas inclui todos aqueles que, independente da idade, apreciam um bom evento de rua. Famílias, casais, amigos e até mesmo visitantes poderiam ser beneficiados por uma agenda cultural mais dinâmica e diversificada. No entanto, o que se observa é uma grande omissão do poder público na promoção do lazer e entretenimento para a população.
Historicamente, os eventos que movimentam a cidade têm sido fruto do esforço da iniciativa privada. Encontros de veículos, shows, feiras comerciais e gincanas são organizados por empreendedores e entusiastas locais, contando apenas com um apoio tímido da administração municipal. Isso revela uma gestão que, em vez de impulsionar e fomentar essas iniciativas, opta por manter-se em uma posição de coadjuvante, quando não ausente.
O turismo na Lapa tem um potencial enorme, mas segue subaproveitado. A cidade, que poderia estar entre os destinos turísticos mais visitados da região, recebe um número muito aquém do esperado de visitantes. A promoção de eventos regulares nos finais de semana seria uma estratégia eficaz para atrair turistas, aquecer o comércio local e incentivar um fluxo constante de novos visitantes. Infelizmente, a ausência de políticas públicas eficientes nessa área impede que essa oportunidade seja aproveitada plenamente.
Diante da falta de incentivo oficial, os empreendedores de eventos acabam se tornando os grandes responsáveis por manter viva a agenda de lazer da cidade. No entanto, esses mesmos empreendedores se deparam com um obstáculo que vai além da burocracia: a necessidade de acomodar interesses políticos. Para receber apoio, muitas vezes precisam ceder espaço para que a administração municipal capitalize politicamente em cima do esforço alheio.
Esse comportamento não passa despercebido. A já conhecida prática de políticos aparecerem apenas para cortar a fita de inauguração, posar para fotos e colher méritos pelo que não fizeram é cada vez mais repudiada pela população. A célebre frase popular “Para alguns, liderar é apenas posar para a foto depois que tudo já foi feito” encaixa-se perfeitamente na realidade da cidade.
O apoio à realização de eventos não deve ser visto como moeda de troca para promoção pessoal de governantes. Ao contrário, precisa ser tratado como política pública séria, planejada e contínua, que incentive aqueles que querem empreender e fortalecer o desenvolvimento local. Um gestor eficiente não é aquele que busca os holofotes, mas sim aquele que trabalha para que os resultados falem por si.
Se há recursos para propaganda institucional, deveria haver também para apoiar eventos que tragam benefícios reais à cidade. O município não pode depender exclusivamente da iniciativa privada para oferecer cultura e lazer à população. Essa responsabilidade deve ser compartilhada e incentivada pela gestão pública.
Por fim, fica o apelo: menos flashes e mais trabalho. Menos ego e mais administração. A cidade precisa de líderes que enxerguem além das câmeras e compreendam que governar é agir, não apenas aparecer. O povo da Lapa merece mais do que discursos vazios; merece ações concretas que tornem a cidade um lugar melhor para se viver e visitar.