Sl 21 – Ainda que não substitua o texto em si, vamos à introdução, com vistas à interpretação e explicação contextualizada e atualizada, cristologicamente, dos Salmos, que têm em vista o conhecimento e a glória de Deus, em aroma suave, mediante Jesus Cristo. E nEle, na unidade do Espírito Santo, de fé em fé, edificação luteradora das consciências pávidas, exortação de soberbos e empedernidos, e consolo necessário, profícuo, ubérrimo dos corações atribulados.
O Salmo 21 é uma profecia do reino vitorioso de Cristo, o nosso SENHOR. Ele, o reino, é eterno e espiritual diante de Deus, e como tal permanecerá para sempre indestrutível; e, além disto, o salmista também proclama que o reino da lei e da justiça das obras dos judeus seria destruído porque o povo de Deus da Antiga Aliança, que recebera várias leis e ordenanças com vistas ao fortalecimento na fé de que o Salvador nasceria deles, segundo a carne, resistiram a tal promessa de DEUS e crucificaram o Rei, único e suficiente, sobre diabo, pecado, morte, inferno, todo o mal. Por isso, eles agora são culpados, e sempre terão de ‘sofrer’ a culpa e nada ganharam com o fato de que perseguiram e mataram justamente aquEle que, segundo a promessa, nasceu da geração circuncisa. Tamanha é a ação presente do pecado na carne, que até mesmo a geração a quem ‘pertence a adoção, a glória, as alianças, a legislação, o culto, a promessas’ – Rm 9.4 –, caso não fosse salva pela graça divina, estaria perdida eternamente. Com vistas à salvação, em consonância com o ministério da Palavra, todos os povos da terra precisam se arrepender e crer em Jesus Cristo, o único capaz de nos livrar ira de Deus.
A título de conteúdo, o Salmo 21 pertence ao primeiro Mandamento e à quarta petição do Pai Nosso, porque proclama um novo culto e reino divino, a saber: o da fé em Jesus Cristo, a segunda Pessoa da Trindade, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, que, na carne, com Sua humanação, nos reconcilia com Deus Pai, sem nossos méritos, dignidades, boas obras.
A respeito de Deus – ou da vontade do Deus que nos é pregado, revelado, oferecido e cultuado – deve-se debater de outra maneira do que a respeito do não pregado, não revelado, não oferecido, não cultuado. Pois, na medida em que Deus se oculta e quer ser ignorado por nós, Ele, absolutamente, não nos importa. Por isso nós devemos deixar de lado a Deus em Sua majestade e natureza em Si, pois assim nada temos a ver com Ele, e assim Ele não quis que tenhamos a ver com Ele. Mas na medida em que se vestiu e se revelou em Sua palavra, pela qual se ofereceu a nós, temos a ver com Ele, via Cristo. Este é Seu esplendor e Sua glória, com os quais Ele está vestido, como celebra o salmista (v. 5), como um cântico cristológico.
Excurso sobre o que até aqui compartilhei: vinte introduções. O apóstolo Paulo, em sua apostolicidade, escreve: “Porque não ousarei discorrer sobre coisa alguma, senão sobre aquelas que Cristo fez por meu intermédio, para conduzir os gentios à obediência, por palavra e por obras, por força de sinais e prodígios, pelo poder do Espírito Santo” – Rm 15.18-19a. Consciente de que ninguém por mais inteligente e letrado que seja pode se tornar infalível na interpretação da Palavra, mas em zelo pela fé, dom e dádiva do Espírito Santo, eu conscientizado de que o temor do SENHOR é o princípio da sabedoria, peço a vocês, membros da comunhão de gente crente batizada, por amor de Jesus Cristo, em quem todos/as nós precisamos crer, se é que queremos ser salvos/as, que se alguém que lê e medita nos meus artigos tenha encontrado algum erro ou falha, – ainda que eu, da minha parte não o tenha percebido e nem me dado por ciente –, faça contato comigo, e me ajude a chegar a um entendimento mais claro, puro, nítido, sim, cristologicamente rotundo e unívoco. Pois é nosso dever cristão mútuo que nos ajudemos e auxiliemos mutuamente no sentido de que ninguém seja perdido em virtude de erro ou falha na introdução, que é diferente da respectiva interpretação e pregação cristocêntrica. Porque urge que todos nós, com a ajuda de Deus, sejamos sem pecado na doutrina. Veja: 1Co 1.19. Ademais, é nosso dever cooperar no sentido de que a Palavra de Deus, lei e Evangelho, chegue à próxima geração de modo puro: livre de toda e qualquer tentativa de justificação pelas boas obras, méritos, dignidades.
P. Airton Hermann Loeve