Salmos

Sl 25 – Ainda que não substitua o texto em si, vamos à introdução, com vistas à interpretação e explicação contextualizada e atualizada, cristologicamente, dos Salmos, que têm em vista o conhecimento e a glória de Deus, em aroma suave, mediante Jesus Cristo. E nEle, na unidade do Espírito Santo, de fé em fé, edificação luteradora das consciências pávidas, exortação de soberbos e empedernidos, e consolo necessário, profícuo, ubérrimo dos corações atribulados.

O Salmo 25 é um Salmo pessoal e particular de oração, existencial, que contém assuntos basilares da fé incomum, quando foi perdido ou jaz desertificado o ministério público e legítimo da pregação pura do Evangelho; e quando a autoridade secular se intromete no que não lhe compete, querendo, de todos os modos possíveis, cooptar a consciência, também querendo pregar, sendo que isto não lhe compete. O salmista quer que Deus lhe seja misericordioso, tornando e mantendo-o, via Palavra e fé, uma pessoa veramente dEle: que, com coração piedoso e temente, tenha certeza do perdão de todos os seus pecados, porque isto lhe foi pregado e proclamado, após arrependimento e confissão, por uma pessoa cujo ofício e vocação são legítimos, puros, necessários, indispensáveis. E o salmista suplica que o SENHOR Deus, até o seu fim bem-aventurado, lhe guarde, guie e instrua, com vistas a Cristo e Seus benefícios, não obstante o pecado autojustificado tanto no estamento eclesial quanto no estamento secular. Porque se a pregação da Palavra contém acréscimo anterior e presente, assim será a fé. Por isso o salmista anseia ser liberto das consequências corpóreas malévolas presentes e transcendentes do pecar que teve como centro a vida e fé que injuriam Cristo e Seus benefícios. Além disto, ele suplica que Deus o liberte e proteja de todos os inimigos da Palavra e do Espírito; e de todo o mal que advém, sobretudo, dos inimigos espirituais e seus servos lacaios cuja fé, teologia, culto, piedade embaralham o fato de que somos totalmente pecadores e de que necessitamos ouvir o anúncio do perdão, se é que queremos alcançar certeza segura, certa, necessária, vital da nossa real condição diante de Deus Pai. Além disto, ele denuncia, condena e rejeita o mistério da pregação impura, ilegítima, desnecessária dos falsos mestres e pregadores, porque atribulam ainda mais a consciência que já está angustiada por causa da condição de pecado e dos pecados cometidos no passado e no presente em consequência do fato de que somos totalmente pecadores enquanto pessoas pecadoras por natureza. E porque a fé, teologia, culto, piedade podem ser autoinovadas, o salmista, como pecador confesso, arrependido e crente, em consonância com o ministério da pregação pura da Palavra, pede que Deus lhe seja misericordioso e o livre da gente que crê, ensina e confessa que se pode alcançar certeza do perdão de todos os pecados via méritos, dignidades, boas obras. E assim seja preservado na sinceridade retidão, pois a intimidade do SENHOR não é automática e nem geral.

O Salmo 25 pertence ao primeiro Mandamento e à quarta petição do Pai Nosso, porque, Cristo intercede que Deus Pai nos perdoe, enquanto gente arrependida e crente nEle. E também suplica e intercede pela Igreja nascida da Palavra, quando ora por perdão para si e por todas as demais pessoas pecadoras no sentido de que se penitenciem no tempo da graça, que vai ter um fim, quando da segunda vinda de Jesus Cristo para juízo de vivos e de mortos.

O presente Salmo salmodia assuntos particulares, porque não há nada acrescentado a ele que diz respeito ao ministério da pregação pública da Palavra de Deus, também nada há sobre o governo secular, porque é, simplesmente, uma oração de uma pessoa individual, atribulada em sua consciência, na qual ela pede que Deus lhe queira ser misericordioso, perdoar os seus pecados e mantê-la piedosa. E, doravante, redimida, em arrependimento e fé, diários, como pessoa temente a Deus e de coração piedoso, por causa da graça dEle, via Jesus Cristo, ensiná-la, conduzi-la e guiá-la mediante a Palavra – lei e Evangelho – até o fim bem-aventurado, não obstante as tribulações. O Salmo 25 é, portanto, para sumariar, uma confissão de pecados, no qual o salmista súplica por libertação dos seus inimigos gratuitos; e pede sabedoria e justiça – a que vale diante de Deus Pai, mediante Jesus Cristo, na unidade do Espírito Santo.

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Pastor Airton Hermann Loeve

Pastor Airton Hermann Loeve – Igreja Evangélica da Confissão Luterana no Brasil (IECLB) – Lapa/PR.
Entre em contato com Pastor Airton Hermann Loeve: pastor.air.ton@hotmail.com