Sl 36 – Ainda que não substitua o texto em si, vamos à introdução, com vistas à interpretação e explicação contextualizada e atualizada, cristologicamente, dos Salmos, que têm em vista o conhecimento e a glória de Deus, em aroma suave, mediante Jesus Cristo. E nEle, na unidade do Espírito Santo, de fé em fé, edificação luteradora das consciências pávidas, exortação de soberbos e empedernidos, e consolo necessário, profícuo, ubérrimo dos corações atribulados.
O Sl 36 é um Salmo didático que conscientiza, alerta, ensina que nos precavenhamos ante a presença e ação dos ímpios falsos mestres, agitadores e espíritos enxameados que não se despegam do mal, razão pela qual o salmista se volta a Deus, súplice. E consola certificado que a Palavra de Deus – que é viva e eficaz – e o reino de Cristo, apesar de, permanecerão firmes em todo o orbe terrestre, assim como o próprio Deus é imorredouro. Deus que é Deus, e Sua palavra rica em consolo é feita permanecer e prevalecer, em monoagência divina.
O salmista descreve os ímpios obreiros de iniquidade como pessoas más, venenosas, que inicialmente desconsideram a Palavra de Deus, sob uma máscara de consideração, quando, na verdade, não têm nenhum temor divino. Quanto ao trato e lida com elas são orgulhosas, ousadas e seguras de si. Não se importam com o fato de que possam estar usando o nome de Deus em vão, antes ensinam o que maquinam, adulando impenitentes e incrédulos que têm poder nas mãos. Por outro lado, não reconhecem e nem honram nada e ninguém além de si mesmos, antes, profanam e denigrem os mestres cristólogos legítimos, que exercem o ministério da Palavra de modo puro e correto, da maneira mais amarga; e neste particular eles são mestres e doutores que criticam e denigrem autoindulgentes. Sim, eles se autoelogiam confessando que em nenhum outro lugar além de junto deles e com eles, ao modo do seu crer, ensinar, confessar há nenhum Espírito, nenhum Deus, nenhuma Igreja. Claro. Eles se ajuízam Espírito, Deus, Igreja em si e para si mesmos. Em terceiro lugar, os seus ensinos, doutrina, pregação são mentiras, nocivas e vãs, porque são contra a fé e a doutrina da graça divina; e, assim com sua vida e fé, seduzem e enganam as pessoas com suas falsas aparências piedosas e mentiras glosas sob um manto de verdade de Deus. Em quarto lugar, eles são rígidos e teimosos e não toleram legítima exortação e nem admoestação necessária, pois a sua cabeça é mais dura que uma bigorna. Sim, quando sentem que estão sendo punidos e não elogiados, então logo ficam inflamados e irritados, como o diabo. Em quinto lugar, em autojustificação do mau e do mal, eles continuam e aumentam ainda mais a sua presença perversa e ação malíflua; e, assim espalham, de propósito, o joio e crescem como o câncer (diz Paulo em 2Tm 2.17). Pois eles ‘conduzem seus negócios’ dez vezes mais vigorosa e diligentemente do que os puros, corretos, legítimos professores e mestres cristólogos. Sim. Eles agem como se quisessem mudar o orbe terrestre num único dia; e não há, para eles feriar e nem descanso. Por último, eles perseguem e atormentam sempre que podem todos aqueles que não querem ficar e nem concordam, incontinenti, com eles; e fazem tanto mal, salmodia o salmista, sem medo, com toda coragem e segurança, como se estivessem prestando, nos três estamentos, veraz culto a Deus.
Só Deus, em caráter último, põe limite no joio semeado pelos obreiros da iniquidade, cuja boa são malícia e dolo. Quanto aos legítimos, puros, necessários obreiros, que exercem o ministério da Palavra de modo correto, a questão é resistir para que os primeiros não pequem sem resistência e contestação. Assim Ele, Deus, mesmo que seja só numa criança, zela a fim de que a fé, a pregação cristológica, a graça divina permaneçam presentes e em ação em todo o orbe terrestre, apesar de. E isto para o bem, presente e eterno, das pessoas justificadas por graça divina mediante a fé em Jesus Cristo. A incredulidade, a falsa pregação e a justiça das obras com sua mentira e logro, que enganam e seduzem as pessoas à cata de novidade na fé. Elas são expurgadas, por ação monoagente de Deus, da gente que permanece na Palavra, quando e toda vez em que Cristo e o reino dEle são cridos, anunciados e proclamados, de modo insofismável, em comunidade da pregação impermista, ainda que seu número seja pequeno ou muito reduzido em virtude de perseguição e martírio – em casos extremos.
