Confira o “atestado de morte” do Monge João Maria

Últimas palavras do Eremita são de conselhos aos “povos do sul”, além de profecias para o Brasil. Fatos aconteceriam dentro de 150 anos após o seu falecimento.

A carta, recebida por João Leite, na Lapa, em 1928, supostamente relata as últimas palavras do Monge João Maria de Agostinho, que passou pelo município em meados do século XIX. Saiba mais sobre o assunto na matéria publicada na página 3 desta edição.

Confira, a seguir, a transcrição do documento que chegou à Tribuna Regional:

“Acabo de receber do povoado de tacurú, no Chaco Paraguaio, uma carta assignada por Dom Juan Sentú Gonzales, na qual comunica que a 12 de Março do corrente ano, à margem esquerda do Rio Pilcomaio, entregou a alma ao Creador o mui santo João Maria de Agostinho, na avançada idade de 115 anos.

Conservou a integridade de suas faculdades mentais até o último instante e estas foram as suas ultimas palavras:

‘Dizei aos povos do sul do Brasil que não esqueçam os conselhos que lhes dei, que sigão o caminho de Deus e plantem o trigo, a mandioca e cultivem as abelhas, porque não está longe a éra de misérias, pestes e doenças como tem sido avisado por Deus nos grandes desastres, tremores de terra e incêndios que têm surgido na superfície da terra. O Brasil está destinado a ser o conductor dos povos depois da hegemonia da raça slava. Será o celeiro do mundo e distribuirá o pão que alimenta o corpo e a ideia que fortalece o espirito.
Deus me chamou para junto de Si.
E agora, só daqui a 150 anos apparecerá um novo profeta que virá consolar os nettos dos nettos daqueles que me veneram. Antes disso apparecerão falsos profetas que prégarão o morticínio e as guerras. Fugi deles como quem foge de um leproso. Um Deus de justiça e de Misericordia nunca fomentará o derramamento de sangue entre as suas criaturas.

O Brasil será poderoso. Assis Brasil será o Presidente da República e, continuando o plano financeiro, dará solução aos problemas do trigo, carvão, ferro, aço e gasolina.

Ligará a fronteira Paraguaia ao Oceano Atlantico por estrada de ferro. Succederá que Borges de Medeiros, Victor Konder e Clotario Portugal serão os Presidentes dos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catharina e Paraná. A democracia surgirá triumphante e a aligarchia será esmagada como uma peçonhenta víbora.
Daqui a 150 anos surgirá um homem que será o enviado de Deus. Espantará os povos e attrahirá a simpatia das nações congregando todos os países da América do Sul num só país, e opondo a Nação Latino-Americana ao impulsivo desejo de conquistas e de expansão dos norte-americanos que nessa época estarão exgottados, os seus recursos carbonizados nas farjas gigantescas das suas cidades.

Deus proteja o Brasil e os brasileiros’.
Estas foram as últimas palavras de São João Maria de Agostinho falecido a 12 de Março do corrente ano à margem esquerda do rio Pilcomaio na República do Paraguai.
Lapa, 30 de Março de 1928.
João Leite.”

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