Nova dor de cabeça para produtores de milho chega ao Paraná

Patógeno identificado pela primeira vez em 1949, em lavouras de milho da África do Sul, começou a aparecer em cultivos paranaenses em 2016 de forma bastante restrita, mas na safra de 2018 gerou prejuízos consideráveis em alguns locais.

Xanthomonas vasicola pv. vasculorum. Esse é o nome científico da bactéria africana que está causando arrepios nos produtores de milho, pelo menos nas regiões norte, centro oeste e oeste do Estado. Apesar da bactéria já ser conhecida em algumas culturas, ela só se comportou como doença, ou seja, produziu prejuízos a partir de 1949, em lavouras de milho da África do Sul. De lá para cá, foram localizadas infecções por todo o mundo, principalmente nas Américas. Na nossa vizinha, a Argentina, a doença também está atacando.

No Paraná os primeiros focos aconteceram em 2016, mas de forma bastante isolada. Só que a doença se espalhou consideravelmente nas safras de 2017 e 2018, chegando a representar prejuízos de até 50% em algumas propriedades.

Os principais sintomas são o amarelecimento em forma de estrias nas folhas, que numa primeira fase não passam de pequenos pontinhos amarelos e aos poucos vão se espalhando em estrias. Já existe uma doença com sintomas similares, a cercosporiose, causada por um fungo, mas a diferença é que no ataque bacterial as bordas das lesões são onduladas. Uma forma simples de diferenciar se é a nova doença ou o fungo é cortar a folha e mergulhá-la em água por algumas horas. Se começar a exudar um liquido opaco e viscoso, bem fino, é muito provável que seja a nova doença. A identificação é importante para não se confundir medidas de controle.

Estas lesões começam a aparecer já com 4 semanas a partir da germinação do milho, quando o milho tem 7 folhas, e podem infectar inclusive a palha das espigas em formação.

Ainda não existe controle químico, apenas medidas de contenção, e como se conhece pouco do ciclo da doença, todo cuidado ainda é pouco. Acredita-se que ela se espalhe por material contaminado e também pelo vento e água. Não se sabe ainda como funciona a contaminação via sementes, mas já está em estudo.

NA LAPA

Aqui em nosso município a doença ainda não chegou oficialmente, mas considerando a velocidade com que se disseminou nas outras regiões do Estado e o desconhecimento de formas efetivas de controle faz crer que as chances de que ela chegue por aqui em breve são bastante expressivas.

Por enquanto o pessoal do IAPAR preparou uma pequena apostila que pode ser acessada no site da instituição, e que dá algumas recomendações. De toda forma, é muito importante que nosso agricultor fique atento à sua lavoura e relate qualquer situação suspeita.

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