Neste calor, garotos queriam aproveitar as delícias das férias

Sítio do avô tem atrações que agradam até adultos, nestes dias de calor escaldante. Afinal, quem não quer curtir os dias de folga?

O que levou os garotos a saírem de casa, sozinhos, e seguirem para a casa do avô, percorrendo distância tão longa? A mãe de Gean e Gustavo, relatou à Tribuna Regional que há quatro anos passou a levar os filhos para casa do avô, em Taió (SC). “Eles gostaram muito, porque lá tem muitas opções de divertimento, andam a cavalo, tem cachoeira, outras crianças, os primos, tios… Isso os motivou a irem de novo para lá. “Já havíamos passado o ano novo na casa do meu pai e meu filho mais velho, de 17 anos, ficou na casa do avô ajudando a cuidar dele, que se encontra doente. Como preciso trabalhar e deixar os dois menores com o tio, eles sentem-se presos, pois ficam jogando videogame em casa. Como na casa do avô podem brincar, correr e se divertem com outras crianças, acabaram fugindo, causando este grande susto para mim e minha família”, contou Julia, mãe dos garotos.

Os meninos pedalaram aproximadamente 193 km, dormiram ao relento, atrás de um posto de combustível, no município de Papanduva (SC). Gean o Gustavo relataram que não haviam feito planos, decidiram de repente e se aventuraram, emprestaram a bicicleta, carregaram água e bolachas e foram. “Meu irmão falou que estava com vontade de ir para a casa do nosso avô, ele emprestou a bicicleta do vizinho e nós fomos”, contou Gean.

Os meninos disseram que passaram medo na estrada. “Algumas pessoas nos ofertaram carona na estrada, queriam levar meu irmão, mas saímos correndo”, contou Gean.

Eles haviam passado as festas de final de ano em Taió e, apesar das poucas vezes que visitaram o avô, Gean lembrava do trajeto a ser feito e se orientaram nas placas de sinalização para chegar na cidade. “Em Papanduva, paramos para descansar, enquanto um dormia o outro vigiava. Em Rio do Campo, quase na saída, um carro parou, começaram a perguntar nossos nomes. Logo a polícia chegou e nos levou para o Conselho Tutelar”, disse Gean. Os meninos estavam muito cansados, famintos e queriam chegar o quanto antes na casa do avô e manifestaram a vontade de ficar lá.

Uma aventura que poderia terminar em tragédia, tendo em vista que praticamente duas crianças estavam à mercê de inúmeros riscos na estrada. A mãe Julia destacou que as redes sociais foram de fundamental importância para localizar seus filhos. “Todas as notícias que chegaram, informações, áudios, foram muito importantes e verdadeiras, o que ajudou muito nas buscas. Graças a Deus as pessoas não agiram de má fé e passaram informações para ajudar, publicaram nos grupos e, com isso, conseguimos achar o Gean e o Gustavo. Não tenho palavras para agradecer a todos que ajudaram a hoje poder abraçar meus filhos, pois poderíamos ter encontrado eles sem vida ou até mesmo nunca mais vê-los”, finalizou.

No domingo, 13 de janeiro, mãe e filhos voltaram para a casa na Lapa. Eles contam que gostariam de ter ficado na casa do avô, mas Julia contou que era necessário voltarem, pois um deles precisa voltar ao curso que ela lhe oferece. A mãe, empregada da JBS, sustenta sozinha a casa, arcando com aluguel e demais despesas. Contou que, apesar das dificuldades enfrentadas, busca oferecer o melhor para os filhos, como o curso em questão.

E, por fim, é de se entender a vontade dos dois de aproveitar as férias. Pelo que foi relatado, o sítio do avô tem atrações que até adultos gostam, ainda mais em um calor como o que tem feito!

RELATO EM VÍDEO

A mãe Julia e os dois garotos contaram a história de sua viagem para a Tribuna Regional, que registrou os relatos em vídeo. Para assistir, basta acessar a página do jornal no Facebook (www.facebook.com/JornalATribunaRegional).

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