Antigamente havia um banhado em frente ao Colégio São José.
A Lapa localiza-se num divisor de águas. Para o lado sul as águas correm em direção ao rio da Várzea. Para o lado norte as águas correm em direção ao rio Iguaçu e para o oeste em direção ao rio Passa Dois. Do lado leste temos as formações rochosas das escarpas devonianas que formam a gruta do monge.
Quando caem as chuvas parte da água infiltra no solo e parte da água escorre pela superfície. A água que infiltra no solo alimenta o lençol freático. Muitas casas e estabelecimentos comerciais ainda utilizam essa água para parte de suas necessidades. Um exemplo de estabelecimento comercial que utiliza a água do lençol freático é aquele que oferece serviços de lavagem e ducha de veículos automotores. Mesmo nos períodos de bastante seca continua oferecendo esse serviço aos clientes, afinal o lençol freático é rico em água e de graça.
O lençol freático quando aflora na superfície do solo dá origem às nascentes dos rios. Vários pequenos rios rasgam a cidade em todas as direções. Antigamente, onde hoje temos uma florescente concentração de lojas comerciais, prestadores de serviços, estabelecimentos bancários e outros empreendimentos imobiliários, em especial no espaço entre a Casa Vermelha, o colégio São José e a Rodoviária, havia um grande banhado que servia de morada para sapos e outras criaturas típicas de áreas alagadas.
O tempo foi passando e a pressão das construções, somada aos drenos que foram sendo feitos, forçou o lençol freático para baixo, mas a água continua correndo pelo subsolo da Lapa.
É fácil entender que tem muita água infiltrando nos terrenos em todo o perímetro do Centro Histórico e grande parte dessa água passa por baixo da rodoviária e se dirige morro abaixo, passando pela avenida Aloísio Leone.
As águas e os esgotos das galerias pluviais, drenos para secagem do antigo banhado onde está a rodoviária, esgoto das casas e estabelecimentos comerciais que ainda não contam com rede de esgoto, por exemplo, no trecho da rua Marechal Floriano Peixoto entre a Avenida Aloísio Leone e a rua Francisco Braga, estão de uma forma ou outra se infiltrando no solo em direção às partes mais baixas.
Em algum ponto acontece algum afloramento desses líquidos. Certamente, o valetão que se formou na Avenida Aloísio Leone, quase esquina com a rua Marechal Floriano Peixoto, é um ponto onde os líquidos estão aflorando.
A Lapa é e continuará rica em águas subterrâneas que teimarão em aflorar em algum lugar.
Até a próxima chuva.